Já vai longe o tempo em que o FC Porto ainda era capaz de ‘mascarar’ a enorme diferença que existia entre o topo do futebol português e as equipas que foram construindo em definitivo aquela que é hoje a elite europeia. A conquista da Liga dos Campeões em 2004, ainda nos tempos dourados de Mourinho, parece cada vez mais uma proeza irrepetível para o nosso país.
A superioridade cristalina que a Juventus evidenciou sobre o FC Porto não foi muito diferente daquilo que já tínhamos visto na eliminatória entre Borussia Dortmund e Benfica. Ou seja, as duas melhores equipas portuguesas chegam aos oitavos-de-final, são afastadas sem dó nem piedade e não podem sequer lamentar-se de coisa alguma: nem da pouca sorte, nem de arbitragens decisivas, nem do craque que estava lesionado e não pôde jogar. Valeu, como quase sempre, a lei do mais forte.
Está assim encerrada a participação nacional nas competições europeias desta época, com um saldo francamente desfavorável e com consequências que se farão sentir já a partir de 2018/19, quando apenas o campeão entrar diretamente na fase de grupos e o 2º classificado tiver de passar a disputar a 3ª pré-eliminatória. Portugal, campeão europeu de seleções, vive esta ‘crise’ na UEFA.
As 6 equipas que tivemos esta temporada em competição – Benfica, Sporting, FC Porto, Sp. Braga, Rio Ave e Arouca – fizeram um total de 36 jogos, acumulando este saldo desastroso: 9 vitórias, 11 empates e 16 derrotas! Um percurso "razoável" para Benfica e FC Porto e uma caminhada "aceitável" para Rio Ave e Arouca. A desilusão veio mesmo do Sporting e do Sp. Braga, em especial dos leões, a quem competia, no mínimo, ter chegado à Liga Europa. Aquela noite negra de Varsóvia irá sair-nos muito cara.