O uso do VAR (video assistant referee) tem a capacidade de tornar o jogo mais justo, depende muito das circunstâncias em que ele é usado. O VAR não garante 100% de eficácia, mas melhora o juízo da arbitragem.
Com o VAR o jogo perde cadência e muitas vezes grita-se golo e faz-se uma festa e depois o golo é anulado. Tem-se uma sensação de frustração, uma máquina é que decide o festejo da beleza de um golo. É caricato festejar-se o golo duas vezes, ou a seguir ao festejo, vem a decepção para a equipa que marcou e uma festa a quem o golo é anulado. Incrível! Em muito pouco tempo sensações díspares e extremas.
Assim aconteceu no Inter de Milão – Juventus com o golo de Ronaldo que foi anulado, por suposto fora de jogo, de Dybala numa jogada maravilhosa, mas que foi atirada para o lixo porque não contou.
Num jogo uma coisa é a acção pura e dura, e outra bem diferente, o exame minucioso numa sala fria, tecnológica e remota, mais parecendo um tribunal. Evidentemente ver na televisão nem sempre temos a noção da verdade e sobre a intensidade de um derrube ou corte ou agarrar o adversário.
Todavia o lance em que interveio Ronaldo em lugar de ajudar exagerou o erro, Dybala estava em linha, se há fora de jogo é por uma unha. As repetições medem com rigor, mas não é fácil saber com precisão milimétrica o momento em que a bola sai do pé de quem passa.
Outro problema do VAR é a interpretação das mãos dentro da área.
O VAR é importante para ajudar o árbitro, mas também está a tornar-se um meio de atrapalhar as decisões previamente correctas. Mesmo com o vídeo poderiam ser interpretadas de outra forma.
No fim de contas, acredito que o sistema possui mais vantagens que desvantagens, se for utilizado de forma correcta.
Muitos pensam que o VAR surgiu para tirar qualquer dúvida sobre um lance, mas não é bem assim, já que o seu propósito, é na verdade, ser mais uma maneira de vermos o lance, sobre diferentes pontos de vista. No final, o que vale é a opinião do árbitro.
O VAR, ainda, tem espaço para melhorar, para que fique cada vez menos injusto e imperfeito.
O VAR ainda é utilizado apenas em situações de golo, cartões vermelhos, penáltis e identidades trocadas. Mas existem muitas outras situações que podem mudar o rumo de um jogo, até mesmo uma falta sem nexo. E, são nessas situações menores que o VAR também se encaixaria perfeitamente.
Um modelo que me agrada bastante é o da NFL (futebol americano), onde os juízes de vídeo analisam todas as jogadas em tempo real e alertam o juiz sobre uma possível intervenção.
O VAR veio para ficar para evitar erros grosseiros. Tem a vantagem de haver menos erros de arbitragem e menos injustiça.
Por outro lado, tem a desvantagem do tempo perdido com a análise do vídeo, que demora de 2 a 5 minutos para ser analisado e a sua conclusão por vezes origina mais confusão.
Agora quando uma equipa perde já não é culpa só do árbitro também é do VAR.
Fundador do Clube dos Pensadores
*escrevo ao abrigo do antigo AO