Clube dos Pensadores

Joaquim Jorge
Joaquim Jorge Fundador do Clube dos Pensadores

Benfica, campeão

Antes de começar esta crónica, informo que não sou adepto de nenhum clube. Há muitos anos seguia fervorosamente o Eusébio, daí, acompanhar o Benfica. Agora sigo o Mourinho e Ronaldo.  Não tenho simpatia por nenhum clube, o meu clube é a selecção nacional, isso permite-me ter um perspectiva, fora do grande confronto cultural FC Porto – Benfica, Norte – Sul. No fundo sou um agnóstico de clubes. Eu não sou hipócrita nem suspeito, não tenho necessidade existencial afirmando, que sou do FC Porto ou do Benfica.

O meu filho é portista, desde que nasceu, pois há uns anos atrás, o FC Porto era quase sempre campeão, o S. João festejava-se, antecipadamente, na Av. dos Aliados e ele achava um piadão, quando era pequeno.

O Benfica venceu o campeonato nacional e mereceu-o. Foi a equipa mais regular, oscilou na parte final do campeonato, mas aguentou-se. Foi um título sofrido, mas saboroso, há quatro anos que não o vencia.

O Benfica fez uma grande temporada, para além, do título chegou aos quartos-de -final da Liga dos Campeões, eliminado pelo finalista Inter de Milão.

Como não sou adepto de nenhum clube procuro analisar o futebol com algum desprendimento e sem clubite. Para mim, num jogo de futebol há adversários, não há inimigos. Uma coisa são as conversas de futebol, desafiando alguém de outro clube com uma piada, outra coisa é insultá-lo.

Pelo que me apercebi, nas redes sociais a forma como alguns adeptos do FC Porto se insurgiram pelo Benfica ter sido campeão é lamentável. Há adeptos que não aceitam que o Benfica tenha sido campeão, fazem uma rejeição que merece um estudo psicológico.

Também é verdade que muitos benfiquistas têm a mania que são os melhores e os maiores, mas não o são. Às vezes, vencem outras vezes perdem. Normal no futebol.

O Benfica venceu desta vez, para a próxima se verá. O FC Porto pode já no Domingo vencer a Taça de Portugal, arrecadar mais um troféu e dar uma enorme alegria aos seus adeptos.

O futebol não pode ser o W.C. dos nossos problemas, das nossas frustrações, da nossa falta de educação e dos nossos piores instintos. No fundo, o futebol esconde o que é a realidade da nossa sociedade.

Quando assisto a um jogo de futebol a frase que ouço mais frequentemente é " filho da p***" dirigida, quer ao árbitro, quer aos adversários. No fundo as emoções ficam ao rubro entre o amor ao nosso clube e o ódio ao clube adversário. Estes extremos radicalizam a forma como se deve entender o futebol que não passa de um entretenimento. O futebol não é um jogo de vida ou de morte, para isso jogam à roleta russa.

Nunca deixarei de ser uma pessoa para me tornar um fã. Um fã só vê um lado do prisma, mas temos que ver os outros lados.

A linguagem de alguns dirigentes não ajuda a relativizar uma derrota ou uma vitória e, passam a vida em discussões estéreis que não resolvem nada e nem dão solução.

Num estádio haver alguns ânimos exaltados e polémicas são normais, o problema é quando passam para o dia-a-dia.

O futebol é um desporto maravilhoso e emocionante, mas não deve servir para alimentar ódios. A alegria de um clube não serve para humilhar o rival.

Quem gosta de futebol deve felicitar o Benfica e dar-lhe os parabéns!

 

Nota: a estrelinha de Mourinho desta vez não funcionou.
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