Este domingo duas corridas míticas: Mónaco e Indianápolis.
No Mónaco, Sebastian Vettel (Ferrari) venceu e Lewis Hamilton (Mercedes) quedou-se pelo sétimo lugar. Hamilton riu-se do nível da Indy 500 dizendo: "Sinceramente, o 5.º lugar de Alonso [na qualificação] frente a pilotos que correm na Indycar todo o ano diz algo."
Fernando Alonso está farto de ser relegado para uma posição secundária na Fórmula 1, dado que o McLaren-Honda não é competitivo e tem imensos problemas.
A grande atracção desta Indy 500 era a presença de Alonso, já campeão do Mundo de Fórmula 1, que não teve pejo em descartar correr no Mónaco. Acho que procurava uma motivação-extra depois de tantos desaires e maus resultados.
Esta corrida é uma sessão à parte, com mais de 300.000 espectadores, uma extensão de 804Km, médias de 350Km/h, saída lançada, seis a sete paragens para mudar de pneus e reabastecer, entre outros.
Num ápice tudo muda na corrida. É uma corrida à americana, em que se privilegia a emoção e o espectáculo. Qualquer contratempo faz a corrida parar temporariamente por precaução, entrando entra o 'pace car' e todos os carros ficam reagrupados em fila. E tudo recomeça de novo nesta longa corrida de 200 voltas.
É uma corrida muito perigosa, pelos muros, e os carros atingem mais de 400Km/h. O vencedor brinda com leite e não com champanhe.
Alonso queria seguir o caminho Graham Hill - o único a vencer GP Mónaco, as 500 milhas de Indianápolis e as 24h de Le Mans.
Indianápolis é uma corrida única e um privilégio para os 800.000 habitantes. Mas tem as suas desvantagens: não se pode ver na televisão no estado de Indiana, para fomentar a presença no circuito. Tem capacidade para 400.000 (257.000 com assentos e 140.000 nas outras zonas da oval). Metade da população está no circuito. Excepcionalmente, quando já não há bilhetes, é permitido ver na televisão - foi o que aconteceu o ano passado.
A corrida começa quase uma hora antes com a cerimónia da apresentação dos pilotos, homenagem a antigos pilotos lendários na Indy. Há o 'God Bless America', que precede o hino nacional americano. Há um espectacular 'fly over', em que os aviões da força aérea americana passam pela recta da meta. Por fim, o momento mais marcante e emotivo, uma oração em que se roga pela integridade dos pilotos, público e pela segurança na corrida.
A luta pela 'pole position' tem um formato diferente da Fórmula 1 - dura dois dias seguidos. Cada piloto dá quatro voltas seguidas cronometradas. Os nove melhores passam à Fast 9, para lutar pela pole. Alonso ficou em 5.º lugar.
Alonso fez uma excelente corrida, chegando a circular em primeiro lugar, mas quando faltavam 31 voltas, a maldição da Honda perseguiu-o e teve que desistir com o motor partido.
A corrida ficou marcada por vários acidentes. Num deles, Scott Dixon, afortunadamente, saiu ileso do aparatoso e violento embate que deixou as pessoas estupefactas e sem palavras.
Takuma Sato, o vencedor, competiu com Alonso em meados de 2000, na Fórmula 1. Foi o primeiro japonês a vencer a Indy 500. Resta a consolação de ter sido companheiro de Alonso na equipa Andretti na Indy 500.
*texto escrito ao abrigo do antigo AO
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