Decidi assistir a mais uma corrida de MotoGP com o meu filho, há muitos anos ia ao Estoril que era muito mais perto. Portimão é bem mais longe que Lisboa.
Há dois anos assisti no Autódromo do Algarve a uma corrida de Fórmula 1, uma oportunidade única, pois os desportos motorizados de topo não vêm muito a Portugal.
Levei mais de duas horas a chegar, vim de Vilamoura, segui a A22 e depois saí para a estrada que me levava ao Autódromo. Fui bem cedo.
Os acessos são deploráveis, parecem do 3.º Mundo. Fui em fila, junto ao Autódromo informei a polícia que estava na estrada, que ia para a Bancada Central Superior, desviaram-me por um caminho de cabras e fui estacionar num campo de terra, de pó, que mais parecia um curral.
É tempo do Autódromo do Algarve ter estacionamento digno, que pode ser pago, mas com condições e apoio. Os estádios de futebol têm muito melhores condições que este autódromo.
Posto isto, segui a pé para a Bancada Central, as coisas melhoraram um bocadinho, o serviço de apoio era decente com casas de banho arranjadas e bancas para se comer ou beber algo. Senti-me melhor. Todavia, na bancada não tinha internet, os placards de imagem em que se podia ver a corrida são muito pequenos e dificultam imenso seguir a corrida.
Os responsáveis deste Autódromo são ricos a cobrar nos bilhetes, pobres a dar qualidade nos acessos e na corrida. A senhora presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, quando convida os portugueses para assistirem a este tipo de corridas em Portimão, não pode estar a convidar os portugueses para o meio do pó, sem internet e deficiente visibilidade das corridas.
Vi as corridas de Moto 3 e Moto 2, que foram fantásticas sem muitos casos. Foi o aquecimento para a prova rainha – MotoGP.
Um arranque espectacular de Miguel Oliveira, mas a emoção durou pouco tempo. Marc Márquez, que não aceita ser ultrapassado ( tinha a pole position) e perdeu os lugares da frente, fez uma manobra destemida, mas suicida, atirou Miguel Oliveira para o chão e acabou para os portugueses ali a corrida. Pelo menos para mim acabou em interesse, expectativa e emoção. Miguel Oliveira foi autenticamente abalroado e teve sorte em não ficar gravemente ferido. Como não há bela sem senão Marc Márquez fez uma fractura na mão.
Nunca vou esquecer que Marc Márquez tirou um Mundial a Valentino Rossi. Como diz Rossi, "Marc Márquez não aceita que os pilotos mais novos sejam mais rápidos e o vençam".
Marc Márquez passou os limites, de novo, e deve ser punido exemplarmente. Marc Márquez não tem respeito por ninguém. Não adianta pedir desculpas e pensar que tudo fica resolvido. As desculpas evitam-se e Marc Márquez passa a vida a pedir desculpas aos outros pilotos. Hoje foi Miguel Oliveira, ontem foi Valentino Rossi, amanhã será outro piloto.
O MotoGP não é para medricas, mas não pode ser para loucos.