Jorge Faustino
Arbitrar um jogo de futebol é um desafio. Arbitrar um jogo de futebol em Portugal, no habitual ambiente de guerrilha e conflitualidade entre os principais clubes, é um desafio ainda maior. Mas é precisamente neste contexto que se torna fulcral que a arbitragem contribua, através de boas prestações, para a pacificação do futebol. Este fim-de-semana, as arbitragens não ajudaram a essa paz, nomeadamente em duas decisões cruciais nos jogos do Benfica e do Sporting: dois penáltis por assinalar, claros e óbvios em campo e claros e óbvios na televisão, que justificariam intervenção do video-árbitro, não tiveram a melhor decisão. No Nacional–Benfica, Matheus Dias, com a bola em jogo mas sem disputa entre ambos, aproximou-se de Leandro Barreiro e, com as duas mãos, empurrou o jogador do Benfica, derrubando-o. Uma infração tão óbvia quanto desnecessária. Penálti por sancionar. No Sporting–E. Amadora, no momento em que Luís Suárez preparava o remate, Otávio colocou o pé à sua frente, impedindo o gesto técnico (rasteira), e ainda carregou o avançado leonino com intensidade na zona da anca. Penálti por sancionar. Dois erros graves na véspera de dérbi. Quase se pode dizer que foi ‘sorte’ ambos os clubes terem sido prejudicados da mesma forma… assim, nenhum se pode queixar mais do que o outro. Mas à arbitragem exige-se, neste tipo de lances, mais acerto e mais competência, a bem do futebol português.