À minha maneira

José Manuel Freitas
José Manuel Freitas

Pedir desculpa sem ter pedido

Sérgio Conceição tem feito um trabalho notável no FC Porto, um trabalho que vai para lá do desempenho do grupo dentro das quatro linhas. No plano competitivo, a equipa produz o futebol mais consistente em Portugal; há jogadores que voltaram aos patamares exibicionais que justificaram as suas contratações – falar de Brahimi será o mais fácil, mas prefiro centrar-me em Herrera, Aboubakar ou até Marcano –; por força dos desempenhos o Dragão voltou a ser uma fortaleza; e no que diz respeito ao discurso… Pinto da Costa tem estado descansado. Nesse particular, o treinador do FC Porto tem uma virtude com que me identifico completamente: não manda dizer nada por ninguém, é frontal, prescinde de advogados de defesa. Porém, como aconteceu agora, ter o coração ao pé da boca tem os seus custos e mesmo que tenha vindo afirmar posteriormente que não foi feliz ao referir-se a parceiro de profissão (Rui Vitória), a verdade é que não foi explícito no pedido de desculpas e a história do boneco fica como uma das mais fortes desta Liga. Ou seja: o efeito da ‘ofensa’ dominará a competição quando se fizer a sua história, embora Conceição tenha, com habilidade, emendado a mão.

E não estando convencido que unanimemente seis milhões de benfiquistas tenham ficado furibundos com a ‘ofensa’ de que foi alvo o seu treinador, a minha convicção é a de que ao virar da esquina, quando um qualquer árbitro meter os pés pelas mãos, teremos, numa outra versão, um ‘remake’ da história do boneco. Eventualmente, até, com novos padres…
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