Veio na melhor altura este deslize caseiro do Benfica. Chegou muito a tempo para pôr termo ao perigoso sentimento generalizado entre os benfiquistas de que quem ganha três campeonatos de seguida, inevitavelmente ganhará o quarto. Serve o remoque não só para os adeptos como também para jogadores, treinadores, dirigentes e até para a própria águia ‘Vitória’ que, no voo inaugural da temporada, descendo em círculos lá das alturas até quase à relva, parecia sorrir de tão confiante na linda trajetória. É verdade que pousou no sítio certo, ao contrário da equipa de futebol.
A segunda jornada da Liga terminou com tais sucessos que o atual presidente do Sporting não se aguentou. Correu a elogiar "o esforço e o empenho dos árbitros da 1.ª categoria para fazerem boas exibições ", correndo, no fundo, para se elogiar a si próprio (subliminarmente!) por ser tão esperto, ainda que sem suporte para tal. Com o respeito devido, de inteligente não teve nada . Terá sido, aliás, francamente embaraçante para a classe do apito. E ainda mais para os seus dirigentes. Também para o prometedor filho do novo presidente do Conselho de Arbitragem era mais do que dispensável esta celebração. O miúdo até corou.
O Benfica joga hoje na ilha da Madeira contra o Nacional. Como estamos no verão, é provável que não caia nevoeiro e haja jogo. Na temporada passada, o Nacional-Benfica foi interrompido por causa do nevoeiro, reatado na manhã seguinte e o Benfica, apesar de não se ver bem, ganhou com clareza. Mas não foi por causa do nevoeiro que o Benfica ganhou. Foi porque correu muito mais do que o adversário. Foi isso.
A maior desconsideração ao nosso Luisão anda por aí a ser cometida pelos nossos adversários, que de tanto clamarem pela sua presença em campo – estando ele magoado –, mais não sugerem que o nosso Luisão em campo já não é o que era, o que muito lhes apraz pelos vistos. Pior seria, no entanto, se desatassem todos a gritar que o Luisão mente na idade – como fizeram com o Renato Sanches – mas por excesso, não por defeito, porque tem 10 anos a menos do que diz a sua certidão de nascimento. Ainda havemos de chegar a esta maravilha.
A Liga dos Campeões promete. Cabe ao Porto provar que o Leicester não passa de um fenómeno efémero, cabe ao Sporting perdoar a Cristiano Ronaldo qualquer coisinha e cabe ao Benfica continuar a fazer boa figura na prova. E já é um pau.