Não imaginava, há cinco meses, que fosse possível escrever este texto. Mas o futebol, sempre fértil em surpresas, consegue fazer emergir os melhores, mesmo que (como era o meu caso) não se vislumbrasse em Victor Lindelöf um talento indiscutível, apesar do sólido trajeto nas seleções jovens da Suécia.
Aos 22 anos, e com os tais cinco meses de equipa principal, ele já é o melhor defesa-central de que o Benfica dispõe no plantel. Tem futuro, é certo, mas tem, acima de tudo, presente, algo ainda mais importante para quem sabe que os campeonatos de hoje não se conquistam com os jogadores de amanhã.
Sendo a defesa o sector mais delicado e obrigatoriamente mais confiável numa equipa, valerá a pena ao Benfica, ao contrário do que acontece com a esmagadora maioria de todos os outros jogadores, tentar a todo o custo a permanência do internacional sueco. Luisão e Jardel vão avançando na idade, Lisandro López nunca se impôs de forma inequívoca e Kalaica ainda não teve tempo para provar o que quer que fosse. Nestas circunstâncias, valerá apostar tudo na renovação do contrato, antes que alguém pague a cláusula de rescisão e o leve da Luz por uns ‘míseros’ 30 milhões de euros.
Num plantel rico em opções como é hoje o do Benfica, há inúmeros negócios que podem ser promovidos sem que a competitividade da equipa sofra danos assinaláveis, mas o de Lindelöf é quase proibitivo.