Luís Pedro Sousa
1 O Benfica sofreu o mais duro golpe da temporada com a lesão de Rafa no jogo frente ao Lyon. Os encarnados perdem, pelo menos até fevereiro, aquele que se tornou o melhor jogador da equipa. Se na segunda metada da época passada esse estatuto poderia ser dividido com João Félix ou até com Pizzi, no ano futebolístico em curso não restam muitas dúvidas de que ele era o elemento mais desequilibrador. Com este infortúnio, nem à esquerda, nem da esquerda para o meio, nem no apoio direto ao ponta-de-lança, como Bruno Lage experimentou com sucesso frente à formação francesa na partida para a Liga dos Campeões... Terá o Benfica agora alternativas capazes de disfarçar a ausência do seu melhor elemento? Não faltam opções em número mas não em qualidade. O técnico do Benfica pode utilizar Gedson na direita, fazendo derivar Pizzi para o flanco oposto. Tem ainda a hipótese de conceder definitivamente a titularidade a Taarabt, o seu ‘menino querido’, colocando o marroquino a movimentar-se para o interior do terreno... e sobram ainda Cervi, Caio Lucas, Jota e até Zivkovic, obviamente no pressuposto de que Chiquinho ocuperá sem o lugar de apoio ao ponta-de-lança, não se perdendo em terrenos que não são os seus. A questão não é, volto a frisar, quantitativa mas qualitativa. De todas as variáveis da equação, sobressai, de qualquer forma, o caso de Jota, que até é um ala de origem. Talento não lhe falta, mas a verdade é que o jovem formado na Luz tarda em assumir-se como solução e que Bruno Lage, depois de uma ou outra tentativa mais ou menos envergonhada de lhe dar protagonismo, deixa-o agora, quase invariavelmente, entre o banco e a bancada.