A possível chegada de Thiago Almada ao Benfica é, acima de tudo, um sinal.
Um sinal de que Orkun Kökçü poderá estar de saída – fala-se da Turquia e do Trabzonspor.
Ao mesmo tempo, poderá ser a confirmação de que o regresso de João Félix à Luz não passou de uma doce miragem de verão.
Almada tem sido, ao longo dos anos, uma promessa em ponto de ebulição. Brilhou jovem no Vélez, encantou em Atlanta, mas ainda não explodiu verdadeiramente no futebol europeu, apesar da recente experiência no Lyon. O talento está lá – e é imenso –, mas a afirmação definitiva tarda em chegar, e a passagem pelo futebol muito físico da Ligue 1 não ajudou.
O Benfica acredita que pode ser o clube certo, e no momento certo, para revitalizar a carreira do jogador. E talvez seja. Falamos de um jogador que junta o toque mágico de Aimar à mobilidade de Saviola, mas com maior entrega ao processo defensivo. Um híbrido raro, com margem de crescimento.
A sua versatilidade tática é uma mais-valia num plantel que se quer mais criativo, mais vertical, mas também mais solidário sem bola. Pode atuar como ‘10’, extremo interior ou segundo avançado, sempre com capacidade para desequilibrar e participar na pressão alta.
Curiosamente, Almada esteve nas cogitações do Sporting na temporada passada, por valores significativamente inferiores aos 40 milhões agora pedidos por John Textor. Mesmo assim, revelou-se inalcançável para o então campeão nacional, que acabou por recuar.
Mas a grande pergunta impõe-se: com um investimento desta dimensão – €40 milhões – não faria mais sentido canalizar esses recursos para resgatar João Félix, alguém que conhece a casa e o nosso campeonato?
Num mercado onde os euros vão estar bem contados, o Benfica corre o risco de pagar a preço de estrela um talento ainda por confirmar. Almada pode vir a ser tudo o que promete. Mas João Félix… já o foi. E precisamente no Benfica, o que faria toda a diferença.
