A resposta dada pelo FC Porto ao início negro de temporada foi à imagem de Sérgio Conceição. As mudanças feitas pelo treinador no onze, em especial as entradas de Uribe e Zé Luís, lançaram a equipa para uma exibição corajosa, sempre pressionante, puxando para seu lado o público do Dragão, possivelmente o maior desafio para o encontro de ontem à noite. Foi só um jogo, diante de um adversário obviamente mais frágil, mas este FC Porto está longe de estar derrotado. O clássico do próximo fim-de-semana e os efeitos do mercado de transferências dirão mais qualquer coisa sobre a qualidade da equipa.
Algo escondido pelo mediatismo do futebol em direto, o Conselho de Disciplina apresentou ontem um significativo relatório da atividade dos últimos três anos. É um documento de 27 páginas e pouca gente o irá ler, porque estas coisas da lei não são golos. Mas o resumo de algumas das situações ali descritas, em especial as referentes a comportamentos de adeptos e de agentes desportivos, devia fazer-nos corar a todos de vergonha. Houve um qualquer momento da história em que o futebol se tornou uma sociedade diferente, em que as regras de urbanidade e respeito simplesmente foram abolidas. Um insulto racista, por exemplo, parece menos grave quando acontece num estádio de futebol. É isto que queremos ensinar aos nossos filhos?