A prática desportiva tem associada um potencial educativo de tal forma profundo que o mote ‘o desporto é uma escola de vida’ parece uma verdade tão absoluta como a crença de que ‘o desporto dá saúde’. Na realidade, se para melhorar os níveis de saúde ou condição física a mera prática de atividade física não dá nenhuma garantia (sabemos que há exercícios mais ou menos indicados), também para educar não basta apenas participar, tal como comprova a frequente ocorrência de exemplos constrangedores nos mais diferentes contextos desportivos. Esta é, aliás, uma das razões da neutralidade do desporto. O seu impacto, positivo ou negativo, depende da utilização que dele é feita.
Intervenção pedagógica
Para que o potencial educativo se desenvolva positivamente, é fundamental que quem conduz processo de ensino/treino assuma uma intervenção pedagógica orientada. Assim, além de desenvolver as habituais dimensões física, técnica e tática, é importante operacionalizar as dimensões psicológica e social, que o exercício desportivo também contém. Para tal deve utilizar-se, como ferramenta didática, a manipulação das diferentes formas de interação possíveis (responsabilidade individual ou coletiva, com ou sem oposição) em relação com os valores (pessoais, sociais ou cívicos) que potencialmente nelas se manifestam (respeito, autonomia, esforço, tolerância ou superação).
Valores humanos
A educação pelo desporto não pode ser um tópico secundário. Os valores humanos não emergem por geração espontânea e por isso exigem intencionalidade na sua promoção. Só assim, e com o exemplo de todos, o desporto se pode assumir como escola de vida.
* - Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano (iLIDH) / PNED / Universidade Europeia de Lisboa
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