Rafting: Aventura nos rápidos do Rio Minho
Entre num bote e deixe a adrenalina fluir no único rio da Península Ibérica que tem rápidos no verão









O rio Minho, que nasce na serra da Meira, na Galiza, a 750 metros de altitude, e percorre 340 quilómetros até desaguar no Atlântico, é o único rio da Península Ibérica onde se pode fazer rafting durante todo o ano — até no verão mais quente.
Isto faz do Minho uma espécie de paraíso para os amantes da modalidade e um porto seguro para quem se quiser estrear a remar num bote pneumático por rápidos sinuosos. "O rafting é uma atividade feita em grupo, com seis ou oito participantes, que desce os rápidos dos rios sempre com um guia experiente", explica Anselmo Dantas, da Melgaço Radical, cooperativa fundada há 21 anos que promove este tipo de experiências.
"O Minho é um rio familiar que dá para praticantes dos 7 aos 77 anos", conta. "Tem a adrenalina e a aventura que as pessoas procuram, mas é controlável." O que lhe dá as condições únicas para a prática do rafting não é só o facto de ter sempre cauda, mas também — e sobretudo — a existência de pesqueiras de lampreia. "São construções graníticas milenares que existem nas margens do rio para a pesca da lampreia", explica. "Se não fosse por isso, o Minho seria só mais um rio" e Melgaço, acrescentamos nós, não seria Capital Ibérica do rafting.
Há dois percursos. Um a montante de Melgaço, quando o rio tem muita água, que começa na barragem de Frieira, em Espanha. "É a última barragem do rio Minho", diz Anselmo sobre o percurso de 16 quilómetros que termina na localidade de Peso. "Quando tem pouca água, como é agora o caso, começamos no centro de estágios de Melgaço e terminamos em Barcela, já em Espanha." É um percurso de 9 quilómetros, mais estreito e mais técnico.
Em todos os botes vai um guia para garantir a segurança — saber nadar nem sequer é requisito. A brincar, Anselmo costuma dizer que é mais perigoso atravessar o Tejo do que descer os rápidos do Minho. "Os botes têm ‘foot traps’ para prender os pés e impedir que as pessoas caiam à água, além de que o uso de coletes salva-vidas é obrigatório. Já nos cacilheiros teriam de andar à procura dos coletes."