Saucony Hurricane 25: conforto e estabilidade no ponto máximo

"Vento violento e repentino". "Tufão." "Tudo o que destrói com violência e rapidez." Recorrendo do Priberam, é esta a definição de furacão, a tradução para português Hurricane, o termo que dá nome a estas novas sapatilhas da Saucony. Já na sua 25.ª edição, as Hurricane mantêm os mesmos atributos que habituaram os seus fãs, mas todos bem distintos daqueles que esperaríamos para um modelo com este nome. Porque as Hurricane são suavidade, estabilidade e conforto. O total oposto daquilo que se espera de um furacão, não é verdade?

Testámos este modelo vindos de um período de paragem por lesão e isso diz logo bem da confiança que lhes depositámos. Claro que podíamos ter mudado de ideias ao primeiro treino, mas a primeira semana de treinos, com ritmos lentos e ajustados a uma readaptação à corrida, foram feitas exclusivamente com este modelo. E permitiu-nos aí perceber que os tais atributos de suavidade, estabilidade e conforto estavam todos lá. E isso fez-nos gostar ainda mais de todas as sensações que tivemos.

A ritmos em torno dos 5'30/6'00 km, são uma maravilha. Confortáveis ao calçar, mercê de uma bem generosa utilização de material acolchoado em pontos estrategicamente escolhidos; confortáveis na pisada, graças a uma espuma de meia sola com PWRRUN e PWRRUN PB, que também dá retorno; estáveis em momentos de viragem acentuados, tanto pela plataforma ampla, mas também por uma sola com uma capacidade de tração de elevadíssimo nível. Não esperem que sejam incríveis a correr a ritmos rápidos, mas não são para isso...

Com uma parte superior confecionada com uma malha felpuda de primeira qualidade, temos um upper não só bastante resistente, como também confortável, como dissemos acima, e também relativamente respirável. Curiosamente, este último ponto tivemos oportunidade de testar nessa tal semana de treinos, a última com algum calor antes do baixar da temperatura que temos assistido.

Do ponto de vista da corrida, a Saucony apostou numa boa fórmula para a meia-sola, ao juntar uma camada de PWRRUN e outra de PWRRUN PB. A primeira providencia essencialmente máximo amortecimento e conforto; a segunda é responsável por devolver um pouco mais de retorno de energia do que teríamos caso fosse usado apenas o primeiro composto. Não é nada do outro mundo, até porque o peso global não ajuda a isso, mas tem uma resposta suficiente, por exemplo, para fazer umas retas confortáveis após um treino de rodagem. A ajudar a tudo está também uma altura de meia sola máxima de 38mm, para 32mm na zona frontal - o que dá um drop de 6mm.

Com 285 gramas, não são (nem de perto...) o modelo de estabilidade mais leve do mercado, mas são uma escolha certeira para quem quer apostar num modelo com conforto máximos e durabilidade para dar e vender - tanto no upper como na sola. E a 180 euros, não sendo propriamente baratos, são mais acessíveis do que, por exemplo, as Asics Gel-Kayano 32, que podiam ser as suas maiores rivais.

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