Isaac Nader ganhou na vez em que "não podia olhar para trás": «Já calei muita gente»

"Foi um tique que ganhei", explica o agora campeão do Mundo dos 1.500 metros

Isaac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader fez uma corrida 'de trás para a frente'
O português passa pela concorrência
Nader faz um último esforço na final dos 1.500 metros
Nader nem quer acreditar que ganhou
Issac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader
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Isaac Nader fez uma corrida 'de trás para a frente'
O português passa pela concorrência
Nader faz um último esforço na final dos 1.500 metros
Nader nem quer acreditar que ganhou
Issac Nader
Isaac Nader
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Isaac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader fez uma corrida 'de trás para a frente'
O português passa pela concorrência
Nader faz um último esforço na final dos 1.500 metros
Nader nem quer acreditar que ganhou
Issac Nader
Isaac Nader
Isaac Nader

O português Isaac Nader sagrou-se esta quarta-feira ao vencer na corrida em que "não podia olhar para trás", um "tique" deixado de lado para "fazer história".

"Nos últimos 100 metros, acho que vinha em sétimo, pensei em dar tudo até final, porque ainda podia ser campeão mundial e porque ninguém me tinha de passar. Desta vez, a meta tinha de ser o foco, não podia olhar para trás. Ninguém hoje pode criticar o Isaac por olhar para trás", afirmou, na zona mista do Estádio Nacional do Japão, após conquistar o ouro.

O meio-fundista português, de 26 anos, arrebatou o título ao terminar as três voltas e meia à pista em 3.34,10 minutos, batendo o britânico Jake Wightman, segundo com 3.34,12, e o queniano Reynold Cheruiyot, terceiro com 3.34,25.

Nader, o oitavo campeão do mundo português, conseguiu a quarta medalha portuguesa nos 1.500 metros, depois das duas de Carla Sacramento, ouro em Atenas1997 e bronze em Gotemburgo1995, e da de bronze de Rui Silva, em Helsínquia2005, bem como a 24.ª ao todo em Mundiais ao ar livre.

Assim, numa final disputada "até ao último metro", Nader admitiu que "não havia margem para olhar para trás", nem isso faria sentido, porque o foco "estava na meta", aproveitando um comentário que diz ser frequente sobre a sua técnica de corrida para explicar o estado psicológico em que viveu a reta final.

"Nem sei com quanto [tempo] ganhei, o que importa é que ganhei. No final, faltavam 200 metros, tinha energia, não sabia quanta ainda tinha no tanque...
Isaac Nader

Campeão do mundo nos 1.500 metros

"Às vezes, as pessoas não percebem porque olho para trás. Quando não posso passar ninguém, olho ao menos para assegurar o lugar que tenho. Aconteceu nos últimos Mundiais de pista curta. Não é por insegurança, foi um tique que ganhei. Se é bom ou mau... é o que é. Nos últimos 40 metros, acreditei bastante e achava que tinha tanta energia, surpreendi-me a mim mesmo", contou o campeão do mundo do Benfica.

Continua sem "acreditar muito" no que acabou de fazer, está "um pouco cansado", mas ao mesmo tempo "muito contente, muito feliz" pela conquista, até porque há muito dizia o quanto acreditava que seria possível.

"Levo muito tempo a dizer que acreditava muito nisto, que era o meu sonho, ganhar uma medalha. (...) Hoje, sou campeão do mundo. Só há um título maior, que é ser campeão olímpico. (...) A quem dizia que o Nader não podia ganhar: já calei muita gente. Mas essas pessoas não importam, importo eu, a minha família, a Salomé [Afonso, namorada e também atleta], o meu treinador", atirou.

Colocando a força na "paciência" e no "processo" de trabalho que desenvolve, entre treinador, grupo de treino e o muito tempo que passa com a namorada, em estágios e a viver a vida de "atleta de alto rendimento", que "nem sempre é fácil", destacou também uma nova abordagem às provas importantes como "só mais uma corrida" como importantes.

"Encaro cada vez mais as corridas como só uma corrida, com menos nervosismo, menos aquela intensidade na corrida, e isso revela-se com a experiência, com fracassos. Ganhámos, com esses resultados menos bons, o aprender a ter calma, paciência no processo", notou.

Por outro lado, uma final sem nomes como o do norueguês Jakob Ingebrigtsen, surpreendentemente eliminado na qualificação, "abriu muito o jogo" e o campo de possíveis 'candidatos' à vitória final, além de criar condições para uma final disputada a um ritmo ligeiramente mais baixo.

"Hoje, nem sei com quanto [tempo] ganhei, o que importa é que ganhei. No final, faltavam 200 metros, tinha energia, não sabia quanta ainda tinha no tanque. Havia uma pequena fase em que o atleta que vinha nas costas, pela lateral, pedia para que não me complicasse a vida e me 'fechasse' para os últimos 100 metros. Tive espaço para acelerar tudo o que tinha. Hoje, fui campeão do mundo e fiz história", referiu.

Salomé Afonso, entretanto, não só celebrou com o namorado a sua conquista, porque ambos sentem os resultados um do outro como seus, afirmou, como ainda fez de "tradutora especial" com jornalistas de outros países na zona mista.

"É a minha tradutora especial, a minha companheira de todas as horas. (...) Vivemos os momentos menos bons e os muito bons, como hoje", elogiou.

Mesmo que tenha acabado de se consagrar campeão do mundo, "os sonhos alimentam tudo" e, de mão dada com o realismo de "viver um dia de cada vez", o que lhe permitiu chegar aqui, traz a ambição de poder disputar os primeiros lugares também nas corridas mais rápidas.

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Isaac Nader campeão do Mundo: os aplusos no estádio
Por Lusa
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