Lista de Ibraim Cassamá pondera impugnar eleições do Sindicato dos Jogadores

• Foto: Miguel Barreira

A candidatura liderada por Ibraim Cassamá anunciou esta quinta-feira em comunicado que equaciona impugnar as eleições para a presidência do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), que ditaram a recondução de Joaquim Evangelista, com 98% dos votos.

"Gostaríamos de informar que, perante algumas ilegalidades ocorridas desde a convocatória para a Assembleia-Geral ordinária e de aprovação das contas referentes ao ano de 2020, até ao próprio ato eleitoral, ponderamos impugnar as eleições", lê-se em comunicado da lista B, denominada 'De Jogadores para Jogadores', nas redes sociais.

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O sufrágio decorreu na quarta na sede do SJPF, em Lisboa, entre as 09:30 e as 18:00, com a lista A a receber 521 votos (98%), contra 10 da lista B (2%), anunciou esta quinta-feira o reeleito presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG), João Nogueira da Rocha.

"Estivemos na sede até às 03:00 a acompanhar as contagens de votos e sentimo-nos no dever de referir algumas curiosidades. Já que referem 98% de votos para a lista A, referimos ainda que ficaram de fora mais de cinco mil jogadores, pelo que o caderno eleitoral existente reflete apenas 11% dos jogadores inscritos como sócios no SJPF e, curiosamente, metade são ex-jogadores e alguns conhecidos da atual direção", atirou.

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Quanto aos votos por correspondência, a lista do luso-guineense Ibraim Cassamá argumenta que "todos foram enviados em grupo" e, "em praticamente todos os clubes, os jogadores juntaram-se e apenas um se dirigiu aos correios para enviar as cartas".

"A única curiosidade é o facto de todos os clubes da Margem Sul de Lisboa o terem feito nos CTT do Pinhal Novo ou, por exemplo, o Covilhã ter ido ao Porto. Outra curiosidade tem igualmente a ver com o facto de ser sempre a mesma letra nos envelopes onde é colocado o remetente e o destinatário e uma letra diferente nos envelopes onde são colocados os nomes de quem envia o voto", prosseguiu o comunicado da lista B.

A candidatura 'De Jogadores para Jogadores' questiona ainda "o facto de os votos por correspondência não terem hora de entrada no SJPF" e assume visto um slogan da lista adversária "bem representado numa das paredes da sala onde se realizou o sufrágio".

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"Não seremos oposição ao trabalho de ninguém, pois, como jogadores, o que mais queremos é um Sindicato que nos ouça e que faça o que tem de fazer por nós e pela nossa profissão. No entanto, enquanto sócios do Sindicato e jogadores de futebol que somos, exigimos que a instituição que nos representa o faça de forma transparente e legal, respeitando todos as leis gerais, sindicais e os estatutos da instituição", terminou.

Joaquim Evangelista, de 54 anos, recandidatou-se pela quinta vez à presidência do organismo, que lidera há 17 anos, depois de ter sido cooptado para render António Carraça em maio de 2004, quando este assumiu funções diretivas no Benfica.

O advogado encarou uma inédita oposição por parte da candidatura 'De Jogadores para Jogadores', liderada por Ibraim Cassamá, atleta do Real Massamá, do Campeonato de Portugal, e Ana Filipa Lopes, conhecida por Tita, do Condeixa, da Liga feminina.

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Leia o comunicado na íntegra:

Em nome da candidatura De Jogadores para Jogadores queremos deixar uns breves comentários relativamente às eleições realizadas ontem, não sem antes afirmar que nunca seremos oposição aos proclamados vencedores, mas que continuaremos sempre em busca da verdade e da transparência, aquela que tem faltado nos últimos anos ao nosso Sindicato de Jogadores de Futebol e a qual, enquanto Sócios, temos o direito de querer para a instituição que deve zelar pela nossa categoria profissional em Portugal.

Estivemos ontem na Sede do Sindicato até às 3 da manhã, onde acompanhamos as contagem de votos e sentimos no dever de referir algumas curiosidades:

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- Praticamente todos os votos por correspondência foram enviados em grupo, ou seja, em praticamente todos os Clubes, os jogadores juntaram-se e apenas um se dirigiu aos Correios para enviar as cartas; a única curiosidade é o facto de TODOS os Clubes da Margem Sul de Lisboa o terem feito nos CTT do Pinhal Novo ou, por exemplo, o Covilhã ter ido ao Porto.

- Outra curiosidade tem igualmente a ver com o facto de ser sempre a mesma letra nos envelopes onde é colocado o remetente e o destinatário e uma letra diferente nos envelopes onde são colocados os nomes de quem envia o voto.

- Uma questão que também nos deixa intrigados é o facto dos votos por correspondência não terem hora de entrada no Sindicato (o que é obrigatório de acordo com os Estatutos do próprio Sindicato).

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Deparámos-nós ainda com um slogan "pelo jogador , pelo futebol" da lista A que estava bem representado numa das paredes da sala onde se realizou o ato eleitoral.

Por último, e já que referem 98% de votos para lista A, referimos ainda que ficaram de fora mais de 5 mil jogadores , pelo que o caderno eleitoral existente reflete apenas 11% dos jogadores inscritos como sócios no Sindicato e curiosamente metade são ex-jogadores e alguns conhecidos da atual direção.

Gostaríamos ainda de informar que, perante algumas ilegalidades ocorridas desde a convocatória da Assembleia Geral (AG) ordinária assim como para a AG de aprovação das contas referentes ao ano de 2020, até ao próprio acto eleitoral ponderamos impugnar as eleições.

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Reiteramos que não seremos oposição ao trabalho de ninguém pois, como jogadores, o que mais queremos é um Sindicato que nos ouça e que faça o que tem de fazer por nós e pela nossa profissão. No entanto, enquanto sócios do Sindicato e Jogadores de Futebol que somos,exigimos que a instituição que nos representa o faça de forma transparente e legal respeitando todos as leis "gerais", sindicais e os estatutos da instituição.

Por Lusa
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