O julgamento do hacker Rui Pinto no âmbito do processo Football Leaks retomou esta sexta-feira para mais uma sessão. Hoje, o tribunal colocou frente-a-frente os inspetores da Polícia Judiciária, Aida Freitas e Hugo Monteiro. Recorde-se que ambos foram alvos de uma investigação por parte do Ministério Público, em janeiro, por alegadamente terem prestados declarações contraditórias sobre quem foi o autor do relatório sobre o encontro na estação de serviço na A5 entre Doyen e Aníbal Pinto.
Três meses volvidos, Aida Freitas, inspetora da Polícia Judiciária, admitiu em tribunal ter assinado o Relato de Diligência Externa (RDE) "sem ler convenientemente". "Passei os olhos, sou sincera. Eu não disse que li de fio a pavio", declarou a própria.
Aida Freitas referiu ainda que não foi ela nem o inspetor Hugo Monteiro a escrever o relatório sobre o encontro de Aníbal Pinto com responsáveis da Doyen, mas um terceiro inspetor, caso de José Amador. Acerca do encontro, que foi marcado para negociar o valor monetário que Doyen pagaria em troca da não divulgação dos documentos que Rui Pinto teria na sua posse, a inspetora assegurou que não ouviu nada do que aconteceu no encontro e que assinou o relatório elaborado sobre ele sem o ler. Hugo Monteiro partilhou, por sua vez, as palavras proferidas por Aida Freitas, podendo ser notificado pelo Tribunal para futuros depoimentos ao contrário da inspetora.
No final da sessao de julgamento, o arguido Aníbal Pinto mostrou-se indignado com "as declarações falsas da Polícia Judiciária". "Como cidadão e advogado estou chocado com a facilidade que se mente em tribunal, sobretudo de inspetores da Polícia Judiciária. Da minha parte irei apresentar as queixa-crime devidas, em locais próprios para apurar a verdade até ao limite. Considero que o Tribunal encara isto com uma leveza exagerada, uma vez que na última sessão foram identificados os inspetores Aida Freitas e Hugo Monteiro como os autores do Relato de Diligência Externa e hoje chega-se à conclusao de que se tratava do inspetor José Amador. Estou chocado com estas mentiras" frisou o advogado a Record.
A próxima sessão do julgamento é a 13 de maio, dia que o hacker Rui Pinto vai falar perante o coletivo de juízes dirigido por Margarida Alves, seguindo-se mais três sessões nos dias 16, 23, 26 de maio.
Coletivo de juízes justifica marcação dessa data com a "não exclusividade de membros do coletivo de juízes", que contam com outros processos de caráter mais urgente.
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