Sucesso na Damaia tem dedo islandês

Foto: Pedro Ferreira
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Investidor chegou em 2021, transformou todo o clube e o novo técnico também é do país nórdico

Islândia e... Damaia. É uma combinação bastante improvável, mas que tem resultado num dos clubes que mais cresce no futebol feminino em Portugal. Em 2021, o investidor islandês Einar Tamimi, advogado e presidente dos islandeses do Stjarnan desde 2008, entrou para o Damaiense e mudou o panorama do emblema do concelho da Amadora.

Nos primeiros dois anos, já conseguiu conquistar o primeiro troféu de sempre do clube, o de campeão da 2ª divisão, em 2021/22. Na temporada passada, a equipa acabou num histórico 5º lugar e nesta, com uma SAD para o futebol feminino, ocupa a 3ª posição... à frente do Sporting.

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Na última paragem das seleções, saiu o treinador Nuno Ventura e chegou o islandês Thor Árnason, de 54 anos, que possui o nível UEFA Pro e foi contratado por indicação do investidor para ajudar o clube a dar o "salto" para o próximo nível. Estava no Thor Akureyri (equipa masculina) e já foi coordenador nas seleções de Hong Kong e da Islândia. É também conhecedor do futebol português, tendo sido colega de curso de Costinha na Escócia.

Sucesso na Damaia tem dedo islandês
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"Quando olhei para a equipa, porque tinha visto alguns jogos do Damaiense, decidi vir", atira o técnico a Record, fazendo um balanço das primeiras semanas. "Tem sido muito bom, é como se já estivesse aqui há seis meses! As nossas jogadoras estão dispostas a aprender, são muito trabalhadoras e a mentalidade delas surpreendeu-me", assume. E deixa elogios ao futebol feminino luso: "Portugal ganhou à Islândia há dois anos por 4-1 e foi um grande choque para o futebol islandês. Muita gente ficou surpreendida pelo quanto a equipa de Portugal tinha evoluído em pouco tempo. O futebol feminino está a mudar muito cá, há investidores dispostos a patrocinar clubes e isso é muito positivo."

Objetivo é melhorar a classificação e o estilo de jogo

No que toca a objetivos, Árnason quer terminar nos quatro primeiros lugares da Liga BPI, mas também ver uma evolução. "Primeiro, quero desenvolver o meu estilo de jogo. Defendemos muito bem, é muito difícil jogar contra nós e isso é muito importante. Queremos estar num nível alto tanto a defender como a atacar e esperemos que isso nos ajude a chegar ao principal objetivo da época, que é fazer melhor do que na época passada. Temos que ficar no top4 ou acima", vinca. E a estreia será contra o Benfica, este sábado. "Têm o melhor plantel, o maior orçamento e as melhores jogadoras, mas podes vencer qualquer um se fores otimista. Queremos fazer um bom jogo", garante o nórdico.

Mudança de casa na próxima época

Carlos Rodrigues é o diretor desportivo e explica-nos a evolução do clube nos últimos dois anos. "O Damaiense é um clube profissional desde a entrada do senhor Einar. Hoje em dia possui todos os requisitos pedidos pela FPF. Não é fácil para um clube que não tenha uma boa estrutura, um bom apoio e uma boa organização, vingar na Liga BPI", justifica. "O senhor Einar decidiu procurar um clube na Europa e nomeadamente em Portugal. Entre os vários que teve em cima da mesa, escolheu o Damaiense, que lhe dava alguma garantia de trabalho, evolução e de se aproximar da realidade do que está a fazer na Islândia. Temos tido bons resultados, estamos no bom caminho e ele está muito satisfeito", assegura.

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Tem sido possível atrair para os jogos cada vez mais gente da Damaia e do concelho, mas no próximo ano o clube será obrigado a sair, uma vez que a Liga BPI exige a todas as equipas que joguem num relvado natural e o atual é sintético. "Teremos de procurar [um novo estádio], mas estamos já em negociações com a Câmara para ter uma solução para que no próximo ano a equipa feminina jogue num campo relvado", revela o dirigente, garantindo que o atual continuará a ser utilizado pelas camadas de formação.

Por Francisco Guerra
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