Alberto João Jardim e a descida do Marítimo: «Trabalho de 40 anos que esta gente rebentou»

Foto: Hélder Santos

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Antigo presidente do Governo Regional da Madeira com duras críticas após clube insular perder no playoff com Estrela da Amadora

Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira entre 1978 e 2015, lançou duras críticas aos elementos que compõem o atual Marítimo depois de o clube descer de divisão pela primeira vez em 38 anos, na sequência da derrota com o Estrela da Amadora no playoff.

"Esperava desde o início da última campanha eleitoral do Marítimo. Para mim, não foi surpresa nenhuma o que aconteceu. Previa desde o princípio. Devo dizer que foi injusto o que se passou, porque o Marítimo tem uma equipa muito superior ao E. Amadora, mas houve também incompetência em duas horas de jogo, não serem capazes de ter a vantagem que lhes garantisse a permanência e, sobretudo, incompetência na marcação dos penáltis. Vê-se que aqueles indivíduos não foram treinados para marcar penáltis e viu-se que foram psicologicamente mal escolhidos aqueles que foram encarregados dos penáltis. É um trabalho de 40 anos que esta gente rebentou", atirou o antigo político, no Telejornal da RTP Madeira.

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Consumada a queda na 2.ª Liga, Alberto João Jardim espera que Rui Fontes e seus pares deixem o clube: "Tenho as pessoas que dirigem o Marítimo por pessoas de honra, penso que irão pôr o seu lugar à disposição para permitir que venha uma lufada de ar fresco nisto tudo e trabalhar para trazer o Marítimo de volta ao seu lugar. Espero que ainda tomem [essa posição], porque são pessoas de honra. Quem pôs lá os dirigentes foram os sócios, são os primeiros responsáveis, não pode ser projeto de um clube arranjar uma direção só para pôr outra na rua. Quando se vota para qualquer coisa é para um projeto, não houve projeto nenhum, houve esta desgraça a que se assistiu, a própria desgraça que foi a conferência de imprensa do presidente da direção. Isto está tudo mal e é preciso trabalhar, mas trabalhar a sério. Pareceu-me leviana a forma como isto foi conduzido, dava impressão que era uma associação recreativa."

Para João Jardim, o investimento privado é uma das soluções mas este considera que tanto Marítimo como Nacional o têm rejeitado: "Tem de se ir para o investimento privado, mas é preciso que os clubes aceitem os investidores. Tenho informação que há clubes que não aceitam investidores privados, porque as pessoas que dirigem os clubes querem continuar a mandar nos clubes, no dinheiro dos que investirem. Estou a falar dos dois [Marítimo e Nacional], os dois tiveram propostas para investimentos privados, mas não aceitaram as condições. (...) Temos de encontrar um remédio para o que se passou e o remédio é caras novas, é cortar com o passado. Vamos arranjar caras frescas, gente que saiba lidar com empresários e capitais, gente disposta a aceitar os novos tempos do futebol, mas não peçam mais dinheiro ao governo porque realmente não é possível. Há 30 anos era possível, hoje já não é."

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Por Record
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