Presidente da AG do Marítimo quer eleições concorridas: «Espero que apareçam vários candidatos»

Depois de ter anunciado que as eleições antecipadas no Marítimo vão realizar-se a 17 de novembro e que os candidatos têm até dia 6 do mesmo mês para apresentar as listas, José Augusto Araújo, presidente da Mesa da Assembleia Geral do emblema madeirense, reconheceu que os últimos dias de "tempestade diretiva" não estavam no seu horizonte: "Não esperava que atingisse as proporções que atingiu, mas é a realidade e é com isso que temos de viver. Mais do que isso, a partir do momento em que se clarifiquem as coisas e espero bem que este acto eleitoral sirva para isso, estejamos todos congregados em torno de um objetivo, que é colocar a equipa de novo na 1.ª Liga. É um esforço muito grande e felizmente que do ponto vista desportivo as coisas têm andado bem, apesar de todos os esforços que se tem percebido para desestabilizar. Temos bons profissionais, temos uma equipa que está empenhada no trabalho que tem de fazer", disse.

Quando questionado se o presidente Rui Fontes se tinha demitido, fugiu à questão: "É irrelevante saber quem se demitiu ou quem não se demitiu. O que importa é que isto vai levar a eleições. Como é do conhecimento público que existe uma divergência na abordagem desta situação entre o presidente e outros elementos da direção e corpos sociais. A opinião do presidente Rui Fontes é que deveriam encarar a prometida assembleia geral para destituir a direção e só depois então seriam agendadas eleições. Não é a opinião das restantes pessoas".

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Vários candidatos na calha

José Augusto Araújo acredita que irão surgir vários candidatos neste ato eleitoral. "Espero que apareçam vários candidatos a liderarem um processo, pois tenho visto grande vivacidade no clube. Vão apresentar aos sócios as ideias que têm, quais os objetivos que pretendem atingir. São esses que vão fazer convites a quem querem que integrem a sua lista. Eu não fui convidado por ninguém", sublinhou. Depois, justificou a "pressa" da data para eleger uma nova direção: "Os estatutos obrigam que este acto eleitoral esteja terminado em 30 dias a partir do momento em que está declarado que a direção caiu. Apresentadas as listas que têm 10 dias para poderem ser apresentadas, penso que é terminar a situação o mais rápido possível."

A insistência em saber se Rui Fontes tinha apresentado a sua demissão continuou: "O presidente das AG não é obrigado a divulgar quem pediu a demissão e quem não pediu." 

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Disponível para ajudar o Marítimo

O presidente da AG verde-rubra falou ainda do que o levou a fazer parte de uma lista apresentada por Rui Fontes: "Quando aceitei o desafio, fi-lo com uma intenção. Participar e ajudar a que o Marítimo se transforme numa coisa diferente do que era. Um Marítimo aberto, entregue aos sócios com um sistema organizativo diferente. Foi nessa intenção que participei. Sabia que no dia seguinte a estes corpos sociais serem eleitos deveriam de começar uma campanha para denegrir os órgãos sociais. Se assistiram à campanha eleitoral, percebeu-se logo que haveria núcleos que iriam fazer tudo para que esta direção não tivesse sucesso".

Falando no dia a dia maritimista, José Augusto Araújo desmentiu um cenário de "falência financeira a curto prazo". "O quadro não é tão negro como pintam. Temos uma mobilização dos sócios em volta do clube  e da equipa como nunca assisti. Tivemos uma descida de divisão que foi péssima, um golpe terrível. Mas no desporto há coisas que não conseguimos controlar, pois há sempre uns que perdem e outros ganham. É mau perdermos, é, mas penso que ninguém pode ser avaliado só por esse resultado", afirmou.

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Quanto à possibilidade de haver votos por correspondência no próximo ato eleitoral, revelou que tal não será possível e explicou porquê: "Os estatutos só preveem votos presenciais. A não ser criando uma mesa eleitoral fora da Madeira, mas não será possível. Uma das prioridades, seja quem ganhe, deve ter como prioridade alterar os estatutos, pois podem ser um entrave ao funcionamento normal de uma direção ou de uma organização. Os estatutos permitem que 50 sócios num universo de seis mil, consigam fazer o que fizeram, há qualquer coisa que está mal." No seu entender, é urgente que "o clube seja alvo de uma reorganização muito grande. O que vive este clube não é bom. Esse terá de ser um dos objetivos da próxima direção". Por último abordou a questão da entrada de um investidor na SAD maritimista: "É uma questão de fundo e tem a ver com o facto de o futebol hoje ser um negócio que envolve milhões. No meu entender, é difícil um clube viver nesse tipo de organização de milhões e deste tipo de financiamento, É fundamental encontrar soluções que permitam que o Marítimo continue a estar no patamar mais alto do futebol português."

Por João Manuel Fernandes
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