Miguel Socorro está na estrutura do AVS SAD desde 2022/23, na altura ainda como dirigente no Vilafranquense, a convite de Henrique Sereno. Em entrevista ao Canal 11, o atual vice-presidente dos avenses, cargo que ocupa desde o início da última temporada, abordou vários assuntos, entre eles o crescimento do clube em Vila das Aves, a entrada de Diogo Boa Alma no cargo de diretor-geral e até a entrada de um novo diretor financeiro, cujo nome não quis revelar.
Realçando que o espaço onde trabalham as várias entidades da estrutura avense é o mesmo e que almoçam "várias vezes juntos", Miguel Socorro destacou o papel da SAD no clube. "Ralhámos muito uns com os outros. Há sempre uma questão financeira que bate na parte desportivo, mas o nosso departamento de futebol entende perfeitamente o nosso limite, e a direção e o presidente também", disse, abordando a entrada das novas peças: “O novo diretor financeiro vai ser uma boa aposta, mas ainda não posso divulgar. Mas a partir do próximo mês já lá estará. São apostas que temos que fazer, é um processo dinâmico e nós temos que ter bons profissionais connosco. Todos somos fundamentais, somos todos peças de uma máquina. São os jogadores que nos dão o ouro, mas precisamos de pessoas em todas as áreas. Precisamos que deem o máximo porque é fundamental. Diogo Boa Alma? Ele já estava com saudades do relvado, deixou as câmaras [referindo o cargo como comentador no Canal 11] e passou aos relvados. Começou agora e acho que nos vai ajudar bastante. O seu currículo fala por si, penso que nos ajudará bastante em todas as áreas, não só na organização desportiva. Difícil convencê-lo? Não foi fácil, vai ser um diretor com funções alargadas além do futebol."
Admitindo que a entrada de um novo responsável para o departamento das finanças do AVS SAD realizou-se também devido à centralização dos direitos televisivos, Miguel Socorro abordou a posição do emblema de Vila das Aves neste processo. "É uma luta de clubes. É lógico, a centralização dos direitos é fundamental para o crescimento do futebol português, mas não esperamos um crescimento muito grande da nossa parte. Vai ser fundamental para termos mais recursos, o nosso futebol tem de ser mais competitivo, há uma diferença muito grande entre os clubes grandes e os ditos pequenos, penso que isso faz a diferença entre a competitividade nas competições europeias e o crescimento a nível do futebol europeu e mundial", analisou Miguel Socorro.
Dentro do campo, a questão desportiva é mais complicada, com o AVS SAD a estar no lugar do lanterna vermelha e a ter conquistado um único ponto, precisamente frente ao Sp. Braga, na Pedreira. "Até podiam ter sido três, foi ali por uns minutos que estivemos a ganhar. Marcaram mesmo no fim, mas esperamos que isso seja a base das nossas conquistas. O que está a faltar? Houve muitas mudanças, vários jogadores que entraram habituados ao campeonato. Não tivemos grande sorte, também. Há algumas contingências em equipas de uma fase inicial, em que equipas com jogadores novos que não conhecem o nosso campeonato, cria alguma desconfiança e isso não ajuda quem está a crescer", disse Miguel Socorro.
“Diogo Boa Alma? Vai ter a autonomia dele, mas vai ter de cumprir. Temos orçamentos bem definidos e sabemos onde podemos ir. O Boa Alma vai ter um papel no ajuste de janeiro, porque uma das coisas que ultrapassa os êxitos desportivos é a parte financeira. Tudo o que é impostos e obrigações são inegociáveis", lembrou o vice-presidente do AVS SAD, expondo o plano dos avenses no mercado de inverno: “Estamos atentos a todos os mercados. Sabemos que o mercado de janeiro é muito específico, têm que vir jogadores preparados para jogar. O mercado de janeiro é bom quando se tem muitos pontos e permite ajustes. Fazer vendas antes de ir ao mercado. Quando não há pontos, temos que ir mas por outros motivos. O mercado de janeiro tem de se manter, sou apologista, porque há lesões, há jogadores que não são aquilo que se esperava e temos sempre essa janela para melhorar", explicou Miguel Socorro, avisando que a quantidade de emprestados do AVS SAD deve diminuir no futuro: "Queremos o menos possível, queremos valorizar os nossos ativos, queremos ter êxito a nível desportivo mas também receitas futuras. Queremos melhorar a condição do atleta e a vida do clube. Se eventualmente só existirem jogadores por empréstimo, assim será."