João Correia, o advogado que representa o Benfica no processo contra Jorge Jesus, e que leva o clube a pedir um valor simbólico de 14 milhões de euros de indemnização, vai insistir na quebra dos deveres de lealdade e exclusividade por parte do treinador, bem como na violação do princípio da concorrência, direitos consagrados na lei.
As águias batem-se com a cláusula 21.ª do Contrato Coletivo de Trabalho, assinada pela Associação de treinadores na Liga, que proíbe que o "técnico desempenhe qualquer outra atividade desportiva remunerada no período da duração do contrato", muito menos a um concorrente direto, a não ser que seja autorizado pelo clube.
OBenfica acredita que Jesus violou a exclusividade, com a qual se comprometeu, ao ter trabalhado com oSporting durante o contrato com oBenfica, que terminava a 30 de junho. Diz o clube da Luz que Jesus vinha a conversar com o Sporting desde abril/maio, sem que tenha informado o Benfica daquilo a que os responsáveis chamam de "traição".
Ficheiros secretos
Além da argumentação anterior, que será devidamente escalpelizada pelos encarnados, os advogados vão também bater-se pela suposta ilegalidade cometida pelo técnico, ao levar segredos da Luz para Alvalade, bem como uma tecnologia única no país, para visionar jogos em 3D. Jesus, acusa o Benfica, copiou meios técnicos e logísticos, com informações confidenciais, além de software dos bicampeões nacionais.
As razões do Benfica:
Jorge Jesus já trabalhava para o Sporting em junho porque…
Aconselhou as contratações de Bryan Ruiz e Joel Campbell
Influenciou dispensas
Pediu informações a Rifa, adjunto de Marco Silva no Sporting
Pedido de indemnização a Jesus justifica-se também porque…
Ofereceu "intimidade desportiva", "os segredos do negócio"
Visou o "dolo desportivo" e conseguiu-o com a vitória na Supertaça
Assediou "múltiplos responsáveis técnicos" do Benfica
Fez "pirataria informática", copiando programas do Benfica
Aconselhou ao Sporting a compra de programas que só o Benfica tinha