O treinador Manuel José, antigo companheiro de equipa de Eusébio no Benfica e no Beira-Mar, destacou este domingo a "enorme humildade" do moçambicano, que o levava a confortar os adversários quando marcava golos. "A característica do Eusébio foi sempre a enorme humildade que ele tinha. Era uma vedeta estratosférica mas continuava a ser um menino de Mafalala. Nunca se esqueceu das suas origens (...) privilegiou sempre a amizade, a boa relação", disse à Lusa Manuel José, que foi companheiro de equipa do moçambicano no Benfica na época 1968/1969 e no Beira-Mar, em 1976/1977. A humildade de Eusébio, recordou Manuel José, levava-o a confortar os adversários quando marcava golos, o que por vezes até lhes tirava força anímica.
"Ele fazia uma coisa que, jogando contra ele, às vezes nos desmoralizava, mas ao mesmo tempo espelhava o que era o Eusébio: ele marcava um golo, ia dentro da baliza buscar a bola - e já tinha marcado dois antes - dava uma palavrinha e uma palmadinha nas costas de conforto ao guarda-redes que tinha sofrido o golo, aos defesas e a todos do adversário que encontrasse no caminho. A todos dava uma palavra de conforto e depois punha a bola no centro", contou Manuel José. Para o técnico, Eusébio impôs-se como um dos melhores do Mundo na sua época, "sempre ao nível de Pelé".
"O Eusébio esteve sempre ao nível do Pelé. Hoje quando se fala em grandes jogadores temos o Cristiano Ronaldo, o Messi, o Ribèry e o Ibrahimovic, mas também o Neymar. São os cinco melhores jogadores do Mundo neste momento. Já no tempo do Eusébio havia montes deles", referiu Manuel José, recordando Pelé, Garrincha, Di Stefano, Puskas, Gento, Cruyff, Beckenbauer, Gerd Muller, Smolarek, Rivera, Altafini, Bobby Charlton, George Best ou Yashin. "Praticamente todos eles foram Bola de Ouro e são contemporâneos do Eusébio. Mas quando era para dizer quem era o melhor jogador do Mundo, a dúvida era se era o Eusébio ou o Pelé", concluiu o treinador.