Noronha Lopes apoiou a reação "enérgica" do Benfica mal foi tornada pública a alegada pressão do FC Porto junto do ábritro Fábio Veríssimo, no intervalo do encontro com o Sp. Braga. "É o FC Porto de volta às más praticas a que nos habituamos. Sou do tempo em que uma equipa do Benfica teve de se equipar nos corredores. Infelizmente, o FC Porto está de volta aos velhos hábitos. Penso que o Benfica reagiu bem, uma reação enérgica a condenar um clube que não tem moral nenhuma para se queixar de arbitragem. Acho que se têm de aplicar os regulamentos, verdadeiramente investigar o que se fez. É inqualificável a pressão que se fez sobre um árbitro. Espero que as autoridades averiguem e tirem as consequências", apontou o candidato à liderança dos encarnados.
O gestor, que esteve num jantar com apoiantes num restaurante do Estádio da Luz, foi também confrontado com as declarações de Mário Branco que afirmou, em entrevista a Record, que sairá pelo próprio pé se Noronha Lopes vencer as eleições. E este aplaude a tomada de decisão do diretor-geral dos encarnados.
"Acho que é uma reação natural, que compreendo. Se estivesse no lugar dele teria a mesma reação. Tenho uma equipa, que está pronta para começar a trabalhar no Benfica, uma equipa que conhece bem os cantos à casa, que está pronta para começar a ganhar desde o primeiro dia. Uma equipa que está habituada a ganhar. Mário Branco disse que iria fazer uma transição e fico contente. Será uma transição sem sobressaltos e a minha equipa está preparada para ajudar Mourinho a vencer", apontou, tendo depois deixado elogios ao técnico das águias, pela postura que tem tido durante este passo eleitoral, ainda que se tenha recusado afirmar se continua nas águias perante uma mudança de presidente: "José Mourinho tem tido um comportamento irrepreensível, não se tem intrometido no processo eleitoral. É um grande treinador, que orgulha todos os benfiquistas. Acho que é uma posição natural de quem não quer fazer parte do processo eleitoral do Benfica".
Noronha Lopes explicou, depois, como espera convencer a maioria dos sócios a votar na lista que encabeça, depois de ter ficado atrás de Rui Costa na primeira volta. "A minha estratégia é convencer aquieles que não estão contentes com o que se tem passado no Benfica. O que os benfiquistas têm de se perguntar é se o Benfica, nos últimos quatro anos, ganhou mais ou não? Se está bem financeiramente ou não? Se se tem defendido bem das arbitragens e de Pedro Proença ou não? É para esses benfiquistas que acham que não, que eu me dirijo. Aqueles que acham que é preciso mudar, que estão fartos de um Benfica mole. O Benfica não aguenta mais 4 anos disto. O maior legado de Rui Costa é o bicampeonato do Sporting. Precisamos de alguém que tem mão firme. Tenho ouvido vários sócios a dizer que não votaram em mim na primeira volta e que dizem que vão votar agora", destacou o candidato, que recusa dizer que está a piscar o olho ao eleitorado de Vieira: "Eu concorri contra Luís Filipe Vieira, dei a cara em momentos decisivos quando achei que o Benfica tinha de mudar. Rui Costa esteve mutos anos escondido, nem se sabe bem o que fez. Não deixo de reconhecer o que Vieira fez em determinadas alturas, mas não lhe desculpo o que fez depois. Não tenho problema nenhum em falar do passado, assumo as minhas posições. Rui Costa é que tem dificuldade em falar do passado. Não aceito lições de benfiquismo de quem foi bandeira eleitoral de Vale e Azevedo e que nas alturas em que era preciso mudar e tomar decisão firme não se chegou à frente".
Sobre a possibilidade de Bernardo Silva vir a ser um trunfo eleitoral, à semelhança do que sucedeu em 2020, quando declarou apoio público ao gestor, Noronha Lopes recusou comentar: "O Bernardo pensa pela cabeça dele. É um grande benfiquista. Ele lá saberá em quem é que vota", apontou.
Por Valter Marques