Sérgio Conceição fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo com o Paços de Ferreira, partida da 29.ª jornada agendada para amanhã, às 20H30.
Vai ser um encontro entre duas equipas que procuram os três pontos por razões completamente diferentes. Que tipo de jogo espera?
"Espero um jogo difícil, como historicamente é jogar na Mata Real. É importante para as duas equipa e cabe-nos a nós conquistar os três pontos, para continuarmos nesta luta até ao final do campeonato. À medida que se caminha para o final tudo ganha mais importância e mais peso."
Que pode o FC Porto fazer de diferente em relação ao jogo com o Santa Clara?
"Houve coisas que não correram tão bem com o Santa Clara, isso foi falado, foram situações com e sem bola. O Santa Clara chegou algumas vezes ao nosso terço defensivo e isso teve que ver com a nossa dinâmica em posse. Má ocupação do espaço, perdermos bola, tivemos pouca paciência para chegar com critério ao último terço... O que não fizemos com bola acabámos por sofrer sem ela."
Em caso de vitória o FC Porto fica a um ponto do líder. É importante essa pressão sobre o Benfica?
"Já jogámos muitas vezes depois do adversário e algumas vezes antes. Isso não é nem mais nem menos pressão. Temos de vencer o nosso jogo. A motivação vai-se buscar ao trabalho diário, no campo e no balneário. Isso é o que dá confiança e motivação. O jogo é o resumo do que se faz. Algumas vezes não se consegue colocar em campo o que prepáramos, queremos ser perfeitos e isso não acontece. Mas tem de haver motivação em função de um bom ambiente provocado pelos adeptos. Tenho de agradecer aos que forem à Mata Real, porque são uma mais-valia para nós. Mas a nossa motivação não tem a ver com as pessoas ou os adversários, mas sim com o que fazemos diariamente."
Que comentário lhe merece o processo disciplinar que lhe foi instaurado, a si e a Vítor Baía?
"Acabei por dizer na última conferência que levaria um processo. Só vim hoje aqui por respeito porque vocês já estavam convocados, provavelmente não faria a conferência e não era para fugir de nada. O meu silêncio iria provocar mais ruído do que fazendo a conferência. Estes casos e casinhos, estes processos... Eu até trouxe aqui o que disse sobre o VAR na última conferência [cita o que disse]. Fui processado por dizer que quero que todos estejam no seu melhor. Vocês estão aqui, analisam as conferências de outros treinadores, podem errar no vosso trabalho de forma inconsciente e está tudo bem. No fundo é isto que digo. O que me admira mais é o Rui Costa levantar isto, é um homem do futebol, foi meu colega. É o que me admira, tive de o dizer, estava aqui entalado."
Sente que quando fala é sempre um alvo?
"Depende da forma como comentam e levam as minhas palavras. Dá-se a importância que se dá dependendo de quem é. Acredito que eu, FC Porto, seja visado. Tenho pessoas que não gostam de mim, mas faz parte, não se pode agradar a toda a gente. Não sei se o presidente do Benfica vai abrir um processo pelas declarações do senhor Schmidt que foi bem mais agressivo em relação ao VAR do que eu, não sei."
Com estes casos e casinhos, receia que o campeonato seja decidido fora do relvado?
"A minha esperança é que não seja assim, que seja resolvido dentro das quatro linhas. Erros toda a gente comete, quem intervém no jogo vai sempre cometer. Mas no fundo, espero que o que seja decisivo no final do campeonato seja o que se passa dentro das quatro linhas entre duas equipas de futebol, em que uma tenta ganhar à outra. Não estou a falar da terceira equipa, a da arbitragem, senão levo mais um processo... Sublinho tudo o que disse sobre o VAR, abram mais um processo!"
Sente que há um esforço por parte da SAD do FC Porto no sentido de tentar segurar alguns jogadores e renovar contratos?
"A durabilidade do contrato não é um critério para um jogador jogar. Houve jogadores que saíram em final de contrato e que foram titulares até ao último jogo... Já vi jogadores a renovarem num mês e a serem vendidos no mês seguinte. É sempre bom que eles tenham essa estabilidade, no sentido de perceberem que o clube reconhece que são elementos importantes numa perspetiva de futuro. O nosso presidente está atento a tudo isso."
E o Sérgio Conceição vai renovar?
[Risos] "Eu tenho contrato."
Toni Martínez renovou e o presidente falou num jogador com perfil à FC Porto. Espera ver mais renovações?
"Podem haver várias razões para a renovação dos jogadores. No caso do Toni sentimos que é um jogador que está a fazer bem o seu percurso, outros renovam porque são miúdos que achamos que têm potencial para se afirmarem na equipa principal. Mais renovações? Não sou dirigente. Claro que existem conversas entre mim e o presidente, estou a par de quase tudo o que diz respeito à equipa principal, as situações estão a ser faladas com os atletas e os empresários. As coisas estão a ser bem-feitas e feitas. Mas presumo que sim, que haverá mais renovações."
Como está Eustáquio, depois da morte da mãe?
"É sempre um momento complicado. O Eustáquio está bem, dentro do possível, mas é um rapaz com uma atitude acima da média. Tem um caráter forte, tem um grupo e uma família a ajudá-lo. No balneário quer ser tratado da mesma forma que os outros, a vida continua. Todos acabamos por receber uma notícia menos boa uma ou outra vez na vida, mas temos de olhar para frente, há sempre desafios novos a atacar. Infelizmente acontecem todos os dias notícias menos agradáveis. Mas ele está bem para ir a jogo, para ir para o banco ou para a bancada. Está pronto para fazer o que eu decidir."
Por Record