Os tostões que não vai exigir ao FC Porto, a resposta sobre as cervejinhas e a chamada do filho à Seleção: o que disse Conceição

Os tostões que não vai exigir ao FC Porto, a resposta sobre as cervejinhas e a chamada do filho à Seleção: o que disse Conceição

Sérgio Conceição faz este sábado a antevisão à final da Taça de Portugal, frente ao Sporting, marcado para domingo às 17h15.

"Começo já por dar os parabéns ao Rúben porque estive atento à sua conferência e à do Francisco Trincão porque não são conferências fáceis. Dá-me a ideia que muitas vezes há o jornalismo comercial, em vez de perceber o que se quer para amanhã. É mais pelo clique do que pela verdadeira opinião dos treinadores e jogadores sobre este momento. Espero um belo jogo, um jogo difícil, frente a uma equipa que, julgo eu, não perde desde março, quando foi com a Atalanta. Uma equipa extremamente bem orientada, com uma equipa técnica e um treinador com qualidade e jogadores fortes. Penso o mesmo da minha equipa. Trabalhamos de forma a, num jogo, que pode ser com prolongamento e penáltis, trabalhámos para ganhá-lo. É mais um título importante para o clube. Pepe? Ainda tive aqui uma última tentativa, mas infelizmente para nós não pode dar o seu contributo à equipa amanhã. Vamos jogar com um outro jogador no lugar do Pepe, com ele a dar-nos sempre força. Já senti um sorrisinho ou outro pelo Pepe não jogar."

PUB

Rúben Amorim arriscou o onze do FC Porto. Quer arriscar adivinhar o onze do Sporting?

"Sim, mas não é difícil, querem que eu o diga? Diogo Pinto é evidente. Os três centrais será Diomande, Coates e Inácio. Nas alas, será o Geny e o Nuno Santos. No meio-campo, o Hjulmand e o Morita. Na frente, o Trincão, o Gyökeres e o Pote. Penso eu que será esse o onze. Mas trabalhámos com a possibilidade de ser um Paulinho, por exemplo. Cabe-nos a nós traçar cenários possíveis."

PUB

O que é preciso para derrotar o Sporting?

"Eu acho que o importante nestes jogos, em termos daquilo que são as características, é sermos fiéis ao que somos como equipa. Isso adquire-se naturalmente pelo dia que é e por ser uma final. A intensidade, o plano traçado para o jogo, e cada um estar no seu nível alto. E, depois, a paixão. Acho que se vivermos este jogo com essa paixão, vai tudo correr bem."

Gostava de ter Pinto da Costa no banco?

PUB

"Já me manifestei sobre isso e não vale a pena voltar a falar de algo que, por duas ou três vezes, já me manifestei."

Declarações de Varandas?

"Estive atento às declarações de Rúben Amorim e do Trincão, dois intervenientes do jogo. Não estou atento às outras pessoas, as que não pertencem à ficha de jogo."

PUB

O primeiro a vencer quatro Taças... pesa?

"Eu não vivo com isso. Faz parte do que são uns anos de muita dedicação, muita paixão, trabalho e sacrifício. Também de muitas horas que faltei à minha família para poder ganhar. Estou completamente focado como se amanhã fosse o meu primeiro título. O passado é história. Tenho muito respeito por cada uma das pessoas que fazem parte dela, como é o caso do nosso presidente. Mas mais importante, é o título que temos para amanhã, pois é o mais próximo."

Cervejinhas com Amorim. Rúben disse que foi o treinador mais difícil. É recíproco?

PUB

"Essas declarações do Rúben foram sinceras porque acho que àquela hora acho que não tivesse bebido umas cervejinhas para dizer isso. Eu quando perco sou uma pessoa difícil em casa, perco o apetite e essa cervejinha já não entra, já não vai. Esta conferência, eu achava-a bonita fazer com o Rúben, não me importava nada e tinha todo o gosto em fazer esta antevisão da final hoje com ele. No final já é difícil porque são estados de espírito diferentes. Tão competitivos como somos seria difícil. Três dias depois, se calhar, passando a azia ou a euforia, se fosse o caso, seria mais fácil como dois treinadores e dois homens do futebol. A equipa do Sporting é uma equipa e parece fácil de desmontar, com muita largura, a atacar a profundidade com muita facilidade, mas depois fica difícil se não estivermos focados, concentrados e trabalharmos situações para contrariar. É um treinador com muitas nuances durante o jogo. Tem evoluído ao longo do tempo e tem sido um treinador muito capaz e que com certeza vai ter um futuro muito brilhante. A solidez e consistência que tem tido ao longo deste tempo diz-me isso. Não digo que é o mais difícil."

Jogo n.º 378 no comando do FC Porto. Pode ser o último? Passou-lhe pela cabeça?

"Passou. Para ser sincero passou. O mais importante é o jogo de amanhã. O meu futuro? O meu futuro não está dependente de nenhuma conversa, quem decide o meu futuro sou eu. Ponto. E se o meu futuro for sair do FC Porto, é com um sentimento de gratidão, de imensa gratidão, e de dever cumprido. O meu sentimento é que eu tive à altura da exigência do FC Porto. Quando o meu pai me deixou às portas do estádio das Antas, com 15 anos, tudo me parecia imenso e enorme, nunca tinha saído da aldeia. Estar à frente do Estádio do FC Porto e de uma cidade como o Porto era enorme. FC Porto esteve quatro anos sem ganhar antes de eu estar aqui. Três anos de fair-play financeiro, dois anos de pandemia e com este ano atribulado com as eleições, nós conseguimos ganhar tantos títulos quanto os nossos rivais. Eu sempre digo, para ter contrato no FC Porto, se o meu caminho e o do FC Porto biforcarem eu saio com a mesma dignidade com que entrei. Amanhã, se for o meu último jogo, o FC Porto paga-me até ao dia de amanhã e eu vou-me embora sem nada. Isto fez muita comichão a muita gente. Vou embora sem me pagarem um tostão. Pagam-me até ao dia em que eu trabalhar, com a mesma dignidade com que entrei é aquele com que saio. Foi muito falada a minha assinatura dois dias antes da eleição. Há uma coisa que eu não abdico: a gratidão e o respeito pela pessoa que tem mil e tal títulos no clube e me trouxe para aqui com 15 anos. A partir desse momento, os nossos caminhos dividem-se e nem um tostão eu quero do FC Porto. Desculpem a resposta tão longa, mas estava aqui e tinha que a soltar hoje, não sei porquê."

PUB

Foi anunciada uma conversa com Villas-Boas no final da Taça. Que condições para si são inegociáveis?

"Sobre isto, está falado. Jogo de amanhã com o Sporting é que é importante."

Apelando ao sentimento de pai, Francisco Conceição foi chamado à Seleção pela primeira vez. Deu algum conselho?

PUB

"Os conselhos que eu dou aos jogadores são diários. As duras são diárias. O Francisco faz parte do lote dos jogadores que temos no FC Porto. Podia ou não ser convocado. Estou feliz por ele, pelo Pepe, pelo Diogo e pelos outros que também são chamados. A minha recompensa é vê-los chegar pela primeira vez às seleções."

O que mexe mais: discurso de Varandas ou de Amorim?

"Nem um, nem outro. São opiniões. São discursos. Tenho de olhar para o discurso do Rúben para ver se consigo esmiuçar algo para amanhã. É uma equipa que fez muitíssimos golos, não é só o Sporting que ataca. Temos de olhar para a ficha de jogo e ver quem pode ser importante, assim como os treinadores que podem ajustar. Mas atenção: eu vejo e ouço. Tiro as minhas conclusões, mas o que interessa é isso."

PUB

Quem tem mais pressão?

"A pressão faz parte do jogo, das equipas que querem ganhar, das que estão habituadas a ganhar. Nos últimos sete anos conquistámos duas dobradinhas, o Sporting já não o faz há algum tempo. Temos a vontade de beber umas cervejinhas no final para comemorar e a pressão faz parte do jogo, dessa paixão de quem vai lá para dentro do campo e está habituado a lutar por títulos. Discurso de Amorim? Não deve ser o único. Eu desejo que ele tenha muita saúde, ele e a equipa dele. Quando defrontamos os melhores estamos sempre mais perto de ganhar. Temos de arranjar formas de ganhar e desmontar. No fundo, é a luta entre o gato e o rato. Quem é o gato e o rato? Nós somos dragões."

Deixe o seu comentário
PUB
PUB
PUB
PUB
Ultimas de FC Porto Notícias
Notícias Mais Vistas
PUB