Um FC Porto preparado para uma nova "final", João Mário "até à última" e os milhões da Champions: tudo o que disse Conceição

Sérgio Conceição e Alan Varela fazem esta terça-feira o lançamento do Shakhtar, jogo da última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões agendado para amanhã, no Dragão (20 horas).

No início da fase de grupos, alertou para a qualidade do Shakhtar. A verdade é que o Shakhtar ainda está a lutar pelo apuramento. O tempo deu-lhe razão? "Penso que sim. Depois do nosso jogo perderam em Barcelona por 2-1, num jogo onde vi uma prestação muito positiva do Shakhtar. Ganharam em Antuérpia, só perderam contra nós e contra o Barcelona também. Com este novo treinador, já adquiriram alguma consistência e solidez como equipa. Melhoraram um ou outro aspeto, os jogadores são os mesmos, alguns de seleção. Claro que o país atravessa um momento muito sensível e que todos somos sensíveis a isso, mas isto é futebol. Ontem enviaram-me um artigo onde se pode ler sobre a importância deste jogo para o Shakhtar e para a Ucrânia. Com isto, quero dizer que a envolvência e o contexto, além da qualidade do Shakhtar... Não vai ser fácil. Que ganhe o melhor, e claro que quero que o melhor sejamos nós, pela nossa competência e pelo trajeto que fizemos nesta prova. Penso que é merecido e amanhã temos de o fazer novamente para chegarmos aos 'oitavos', não só por este trajeto mas também pela história, peso e importância de chegar aos 'oitavos' para um clube que está inserido num país que não é dos mais fortes a nível financeiro".

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Já esteve nesta posição de definir o apuramento para os 'oitavos' no último jogo, já conseguiu e já falhou. Desta vez, o empate é suficiente. É uma armadilha ou uma segurança? "Depende sempre do que fizermos. A mentalidade e postura, a nossa preparação, é com o intuito de ganhar. Acho que nenhum adepto, sócio ou simpatizante sai satisfeito com um empate, e eu não fujo à regra enquanto treinador, sócio e adepto também. No final, se acontecer esse tal empate, por mérito do adversário, acontecerá. Preparamos o jogo para ganhar".

João Mário não treinou; é ausência? O facto do FC Porto estar bem no campeonato traz ânimo extra? "São competições diferentes. Jogámos com o Casa Pia, houve a satisfação de termos feito um bom jogo e de termos retificado algumas coisas que não fizemos contra o Estoril. O futebol é um recomeçar constante, e no final do Casa Pia já estávamos a pensar neste jogo e depois vamos pensar no jogo do campeonato. O futebol é isto. O que tem de nos dar confiança não tem de ser o resultado dos adversários, tem de ser o nosso trabalho. O João Mário vai ser até à última. Vamos fazer tudo para o Wendell também regressar, mas estão fora há algum tempo e, mesmo que seja possível, nunca será uma utilização de 90 minutos".

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Quem considera ter mais a perder neste jogo? "É uma final e nós damo-nos bem com finais, mas é uma final nesta competição. Segunda-feira teremos uma final para o campeonato e assim sucessivamente. Vivemos sempre de finais neste clube. Qualquer ponto perdido no campeonato atrasamo-nos, perdemos um jogo na Amoreira e ficámos fora da Taça da Liga, na Taça de Portugal se perdermos será assim também... Estamos habituados a este tipo de pressão, acho que até é boa. Como disse na última conferência, não chega dar tudo neste clube, ir ao limite é o mínimo. Isso está sempre presente no nosso trabalho diário. Sabemos da importância do jogo, mas mais importante que isso é o nosso trabalho, com dedicação. Depois as coisas vão surgindo. Dois jogos que tivemos neste contexto? Contra o At. Madrid em casa merecíamos e no fim, a poucos minutos de passar, acabámos por perder. É a imagem daquilo que vai ser a nossa competência dentro da estratégia que definimos, mas não podemos adivinhar o que o adversário faz, nas provas internas é um bocadinho diferente. Não podemos adivinhar como vem o Shakhtar, mas podemos preparar-nos para alguns cenários. Se assim for, as coisas vão correr bem".

É possível uma equipa portuguesa voltar a ganhar a Liga dos Campeões? Shakhtar sofreu algumas mudanças na equipa técnica... "Em termos teóricos somos um país que cada vez está mais longe desses países poderosos, de equipas apetrechadas de jogadores que estão entre os melhores do mundo. Teoricamente há uma diferença cada vez maior. Na prática, o futebol é futebol. É bonito porque se calhar, em 1987, ninguém diria que o FC Porto conseguia o que conseguiu, em 2004 também, e eu estava nessa equipa mas infelizmente não pude jogar porque tinha feito seis meses na Lazio. Sinto e sei que cada vez se está a tornar mais difícil. Shakhtar? É verdade que mudou pouca coisa, poucos jogadores dentro da sua equipa inicial, da sua estrutura base. É um 4x3x3 clássico. Sudakov jogou contra nós, Stepanenko também. Newerton é uma novidade, jogador brasileiro, virtuoso que joga sobre a esquerda, lateral direito também é novo. Mas depois é mais do mesmo, com a qualidade que têm. Têm muita qualidade individual e coletivamente estão mais sólidos, adquiriram alguns comportamentos que fazem com que sofram menos golos. Por aí houve um salto de qualidade. Quando não se sofre está-se mais perto de ganhar, com a qualidade que existe e com gente que no último terço pode decidir o jogo, a equipa acaba por subir de nível. A prova disso foi a Champions que têm vindo a fazer".

Zé Pedro e João Mendes não podem jogar na defesa... O que nos pode dizer sobre isso? Fábio Cardoso vai jogar? "Nada... É fácil, ou meto o Zaidu e o Jorge Sánchez, ou faço adaptações. São 11 que vão entrar de início e mais 12 que ficam no banco, na Liga dos Campeões a folha pode ser de 23. Conto com toda a gente disponível, queria era tê-los a todos disponíveis e aqui incluo o Marcano. Esperamos muito o regresso dele, não por falta de competência dos outros mas porque faz sempre falta ao nosso balneário. O resto vão ver amanhã".

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Chegar aos 'oitavos' da Liga dos Campeões vale pelo menos 9,5 M€, fora os milhões que o FC Porto já ganhou. Isso é também um 'vai ou racha'? "Temos muito essa vontade. Ao longo das épocas, conseguimos quatro vezes os 'oitavos' e, dentro dessas, chegámos algumas aos 'quartos'. Não sou gestor financeiro, estou aqui para conquistar títulos. Essas vitórias são importantes para conquistar esses títulos, mas claro que para os portugueses é absolutamente essencial chegar o mais longe possível na Champions. Esse é o meu papel e o dos jogadores, dar o máximo para que esses títulos possam ter retorno financeiro importante para o clube. Os clubes portugueses vivem em grande dificuldade, não é só o FC Porto".

Por Record
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