Depois da goleada em Arouca, o Sp. Braga volta amanhã, sábado (20h30), a jogar fora de portas, desta vez em Famalicão. Na antevisão ao duelo entre minhotos, Carlos Vicens lembrou os “poucos golos sofridos” do adversário que pode ser ultrapassado pelos bracarenses.
Jogo entre equipas separadas por um ponto…
“É um jogo muito importante que temos a ambição de ganhar, muito além do que pode significar a classificação porque estamos em dezembro. A competição são 34 jornadas e temos de ganhar cada jogo para termos o máximo de pontos no final. Queremos ganhar, obviamente, mas não para ultrapassar o Famalicão.”
Que jogo espera?
“Espero um jogo difícil, contra uma equipa que está a fazer as coisas bem, com poucos golos sofridos, tem uma ideia clara de fazer as coisas, tem talento individual e o rendimento é bom. Vamos ter de fazer um jogo muito bom, ser capazes de fazer muitas coisas bem.”
Não é este um momento mais importante?
“Repito: há cinco dias o jogo mais importante era o Arouca. Nem pensávamos noutra coisa. Agora é o mesmo. Vamos trabalhar da melhor maneira para tentar ganhar ao Famalicão. Quando passar este jogo, vamos pensar no Nice. Não vamos pensar noutras coisas, porque este é um jogo difícil e temos de lhe dar toda a importância.”
Lelo tem ficado fora do onze. Alguma razão?
“Não. Todos têm fases, uns mais minutos e outros menos. Os jogadores sabem desde o início que temos a ambição de tentar ganhar em todas as competições. Para isso acontecer, porque somos a equipa portuguesa com mais jogos, é impossível fazer isso com poucos jogadores. Todo o plantel tem de estar preparado para jogar e depois eu escolho, sabendo que a cada três dias há jogo. Há momentos da temporada que as decisões são favoráveis a uns e depois a outros. Todos os jogadores são importantes, dou muita importância a quem sai do banco, a esse suporte emocional. É algo natural, saudável e os jogadores estão tranquilos que, no caso de não jogarem três jogos, como o Lelo, não significa que não confio nele. Há é uma competição saudável.”
Ricardo Horta está num nível de Campeonato do Mundo?
“Pode ser, por que não? Estamos a trabalhar para que o seu rendimento ajude a equipa o mais possível. Está bem sincronizado com os seus companheiros, que dá tudo, o processo está a ajudar e está bem. Obviamente, Portugal é uma potência mundial, mas não tenho dúvidas de que tem nível para jogar um Mundial. Há uma concorrência muito forte, mas são decisões difíceis para o selecionador.”
Famalicão só perdeu dois jogos na Liga…
“É uma equipa que faz as coisas muito bem, tem uma ideia clara de como jogar, de atacar e defender. Há uma sincronização grande dentro da equipa, tem qualidade e sabemos que vai ser difícil. Vamos ter de mostrar a nossa versão mais competitiva, forte e ambiciosa para chegar à vitória.”
Nos últimos 12 jogos, o Sp. Braga tem apenas duas derrotas. A equipa está a evoluir?
“Sim. A equipa, desde que começámos, em junho, evoluiu. É verdade que não temos uma bola de cristal, que é um processo flexível, tem altos e baixos, os jogadores já nos conhecem e tudo isto com jogos da Liga Europa, que não basta ter 11 jogadores. Creio que a equipa cresceu e está na direção de converter-se numa equipa de fazer bem as coisas e de competir melhor e dar a melhor versão de si mesmo. Estou convencido de que este não é um processo terminado e podemos ser mais competitivos e mais estáveis. Dá-me gozo ver os jogadores a treinar, a acreditar na ideia e a tentar melhorar, a querer crescer com ambição, de fazer coisas importantes esta temporada. No entanto, o foco tem de ser o dia a dia, sempre o próximo jogo”.
Sp. Braga marca muitos golos, mas também sofre. Que tipo de dificuldade espera?
“Gostaria de marcar mais golos e ganhar. Vai ser um jogo difícil, não por um aspeto ou outro. Temos de saber gerir bem, porque há muitos fatores durante o jogo. Temos de estar mentalmente preparados para solucionar problemas, ajustar coisas, pressionar forte, converter as jogadas em golo e tentar marcar mais golos do que aqueles que sofremos.”
Processo está consolidado? Confiança?
“Estamos num momento em que os jogadores, se lhes perguntarem, um a um, como a equipa joga, já sabem como é, já sabem qual é a nossa identidade e também o que temos de melhorar, que há margem para isso. Sim, há esta confiança entre mim e os jogadores, todos sabemos o que pretendemos e todos sabemos que temos de melhorar para termos mais opções para ganhar.”
Por José Mário