Ministério Público acusa Álvaro Sobrinho de "branqueamento agravado" na SAD do Sporting

• Foto: Vítor Chi

O Ministério Público (MP) acusou o ex-presidente do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) Álvaro Sobrinho de branqueamento agravado pelo investimento na SAD do Sporting feito através de uma empresa que controlava com verbas que seriam do banco.

Segundo a nota publicada esta segunda-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Sobrinho utilizou a sociedade Holdimo, que também foi acusada e era por si controlada (uma vez que era sócio maioritário), como veículo de investimento" nos leões, com transferências realizadas a partir de contas do BESA domiciliadas em Lisboa, "cujos fundos se destinavam a financiar a atividade do banco, mas que o arguido utilizou como se fossem seus".

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"Num primeiro momento, a sociedade arguida teria investido no clube um total de 16.050.000 Euro e receberia como retribuição um montante calculado sobre o valor da venda dos passes dos jogadores, devido em função da percentagem dos direitos económicos que adquiriu pelo investimento", pode ler-se no comunicado, acrescentando que a verba transferida foi reconvertida depois em ações.

Álvaro Sobrinho viria ainda a investir através daquela sociedade mais quatro milhões de euros, elevando para 29,85% o capital detido pela Holdimo na SAD do Sporting (que entretanto já foi diluído em 2022 para cerca de 13,28% e para 9,9% durante este ano).

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"Através das operações descritas na acusação, indicia-se que o arguido logrou encobrir o rasto das referidas quantias monetárias, fazendo-as passar por verbas obtidas de forma lícita, quando, na verdade, as havia obtido por apropriação de valores do BESA", referiu o MP.

Leia o comunicado do DCIAP na íntegra:

"O Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) deduziu acusação para julgamento por tribunal coletivo contra um arguido, ex-administrador e presidente do conselho de administração do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) e contra uma sociedade de participações e investimentos, com sede em Luanda, pela prática de um crime de branqueamento agravado.

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De acordo com a acusação, o arguido utilizou a sociedade arguida, que controlava e de que era sócio maioritário, como veículo de investimento no Sporting Clube de Portugal/Sporting SAD. Num primeiro momento, a sociedade arguida teria investido no clube um total de 16.050.000 € e receberia como retribuição um montante calculado sobre o valor da venda dos passes dos jogadores, devido em função da percentagem dos direitos económicos que adquiriu pelo investimento.

Essas transferências foram feitas a partir de contas do BESA domiciliadas em Lisboa, cujos fundos se destinavam a financiar a atividade do banco, mas que o arguido utilizou como se fossem seus.

Ainda segundo a acusação, os fundos transferidos para o Sporting foram posteriormente convertidos em ações, sendo que, no total, além dos referidos 16.050.000 €, foram ainda investidos na SAD mais cerca de 4.000.000 € de proveniência semelhante. Assim, o arguido, através da sociedade arguida, passou a deter 29,85% do capital e direitos da Sporting SAD.

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Através das operações descritas na acusação, indicia-se que o arguido logrou encobrir o rasto das referidas quantias monetárias, fazendo-as passar por verbas obtidas de forma lícita, quando, na verdade, as havia obtido por apropriação de valores do BESA."

Por Record com Lusa
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