Filipe Çelikkaya, treinador que anunciou a saída da equipa B do Sporting, conhece bem Rúben Amorim. O técnico foi convidado a assumir a formação secundária dos leões quando Amorim chegou a Alvalade em 2020. 

"Pensamos da mesma maneira, comportamo-nos da mesma maneira, entendemo-nos muito bem. Ele convidou-me para fazer parte de algo que pensámos que poderia ser fantástico. Não nos enganámos", afirmou em entrevista à Sky Sports. "Penso que o Rúben será bem sucedido onde quer que esteja porque tem os conhecimentos necessários e é também uma pessoa muito boa. Essas duas coisas são os passos para ter uma carreira muito boa. Ele cria um ambiente muito bom. É fantástico. Esse é um dos seus segredos", confessou quando foi questionado sobre o futuro do treinador do Sporting. 

Filipe Çelikkaya falou ainda sobre a chegada de vários jovens à equipa principal leonina: "Em quatro anos, 25 jogadores da equipa B jogaram na equipa principal. Estar tão ligado à equipa principal não é habitual. Poucos clubes fazem isso, mas o Sporting é conhecido pela educação dos jovens e pela formação de jogadores. Quiseram esforçar-se mais nesse sentido. Trabalhámos nisso todos os dias". O técnico realçou a forma como o Sporting forma os jovens: "Quando se treina crianças, é preciso ensiná-las - e não apenas sobre futebol. É sobre a vida, sobre o ser humano. Se fores uma boa pessoa, provavelmente estarás mais aberto a ouvir e a aprender. E assim é mais fácil trabalhar com eles"

"A sociedade mudou por causa dos telemóveis, mas nós certificamo-nos de que os nossos jogadores apertam a mão a todos, olham nos olhos e perguntam como estão. Não se pode permitir que essas coisas desapareçam porque o futebol é um desporto coletivo. Todos dependem uns dos outros", acrescentou, realçando depois o trabalho tático realizado na Academia: "O sistema não é assim tão importante. Isso virá quando chegarem à equipa principal. Ensinamos-lhes os princípios. Profundidade atrás das linhas defensivas, como conseguir o um contra um, como ir para a área de forma agressiva para marcar, pressionar depois de perder a bola, ficar atrás da bola quando rompem a primeira linha. Esses conceitos mantêm-se".

Filipe Çelikkaya abordou também a saída do Sporting, revelando o desejo de treinar uma equipa principal: "Vai ser um desafio, mas é o que eu quero. A oportunidade pode ser em qualquer parte do mundo, mas quero uma equipa principal". O técnico não tem dúvidas de qual é o seu estilo de jogo: "A minha filosofia de jogo é dominar. Quero ter a bola e criar oportunidades. Preciso de marcar mais golos e não quero sofrer, por isso quero ter um jogo posicional, ocupando o campo com largura e profundidade. É essa a minha formação. Não consigo ver o jogo de outra forma. Mas posso construir com quatro e também com três, depende do adversário. Quando perco a bola, quero reagir muito rapidamente para a recuperar o mais depressa possível. Caso contrário, tenho de defender a minha baliza".