Ricardinho: «Por mim jogava até aos 50 anos na seleção»

Ricardinho: «Por mim jogava até aos 50 anos na seleção»

Ricardinho anunciou esta terça-feira que não vai voltar a jogar pela Seleção Nacional, tendo recebido, desde logo, um convite de Fernando Gomes, presidente da FPF, para vestir mais uma vez a camisola das quinas, num pavilhão cheio em Portugal, para uma despedida condigna. Algo que o jogador, de 36 anos, aceitou e diz ser um orgulho.

"Será um orgulho e será mais uma oportunidade de realizar um sonho único que não realizei: entrar num jogo com os meus filhos", admitiu Ricardinho aos jornalistas, ele que será embaixador da equipa das Quinas, como revelou ainda Fernando Gomes.

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"Tentei ser sempre uma referência na modalidade, seja no masculino ou no feminino, ser uma influência para que os mais jovens pratiquem desporto acima de tudo. Consegui e além do legado ficou aqui marcado esta história e, neste momento, sou a cara, mas muitos dos atletas que estão atrás na foto, ficaram a trabalhar para que a foto fosse possível", acrescentou.

O que se segue agora? Acredita que poderá haver atleta que deixara legado igual?

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"Quanto ao futuro ainda tenho alguns anos para dar ao futsal nos clubes, a decisão é somente com a seleção. Quanto aos jogadores acho que acima de tudo quis ser um exemplo e com todas as conquista que consegui acho que os recordes são para ser batidos e ficaria ainda mais orgulhos se fossem os meus companheiros. Como diz o mister e uma questão de acreditar."

O que será da camisola 10 de Portugal?

"Deixo as coisas fluírem, com foco no trabalho diário. Daí os êxitos coletivos que consegui. Camisola 10 é problema para o mister Braz, temos vários pretendentes e tenho duas certezas: será entregue a um muito bom jogador e a braçadeira também estará bem entregue certamente."

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Faltou o recorde de internacionalizações que pertence a Arnaldo Pereira?

"O recorde que faltou era ter ganho mais europeus e mundiais como disse. Tenho pena de não ter jogado mais pela seleção, porque é um privilégio representar o pais, ouvir o hino e no final sorrimos todos. Nunca trabalhei para recordes, queria dar o máximo pela modalidade que me deu muito. O recorde de internacionalizações fica bem entregue ao grande capitão Arnaldo."

Consegue resumir o percurso numa palavra? Que mensagem deixa aos mais jovens?

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"Definir numa palavra é difícil, mas diria quase excelente, porque consegui todos os objetivos que me propus: ser referência, conquistar títulos e ser um exemplo para os colegas. Tento ir ao máximo a todas as escolas e clubes partilhar a minha experiência, caminhada e fazer crer que é possível. Espero que olhem para a minha carreira e vejam que é um prémio muito grande."

Decisão foi tomada em conjunto com o seleccionador? Achou que não podia dar mais à seleção nos próximos anos?

"A ver se me faço entender bem: não é que não me sinta útil ou capaz a nível físico, sei que me posso superar e sei a forma como trabalho. A questão é a exigência que coloco diariamente em mim, tal como fiz nos 18 anos de carreira. Tentei ser exemplo e penso que o consegui em todos os países onde tive. Mas tudo isto criou um desgaste mental. Tentei colocar a bandeira de Portugal ao mais alto nível, seja a nível individual ou coletivo. Penso que o fiz, continuo a sentir-me útil, mas um dos momentos mais difíceis é saber sair e dar o lugar a outro. Foi difícil e muito ponderado com a minha família, com o míster e mesmo com os companheiros neste Mundial. O mais difícil para mim é dizer 'até já'. Por mim jogava até aos 50 anos na seleção, mas penso que não tem de ser assim. Há uma exigência pessoal e saber quando é momento de dar lugar a outros e Portugal forma bem. Dar um passo ao lado não é sinal de fraqueza", concluiu.

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Por Record
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