Record - Como recebeu a notícia da sua dispensa?
Vitinha - Fiquei surpreendido. Não esperava, pois já tínhamos conversado e estava tudo acordado para, em princípio, continuar no Benfica. No dia do último jogo, o particular em Famalicão, disseram-me que estava dispensado.
R - Os dirigentes do Benfica ainda não tinham dado a entender que isso ia acontecer?
V - Não. O Benfica tinha 15 jogadores e em todos os encontros havia dois que não eram convocados. Mas eu, que era o capitão de equipa, fui chamado para todos os jogos, quase sempre titular. Fui o segundo atleta mais utilizado e até o treinador Alípio Matos votou em mim como terceiro melhor jogador do campeonato. Por isso, foi com muita surpresa que soube da minha dispensa.
R - A saída foi amigável? Poderia acontecer um regresso se houvesse retrocesso?
V - Não, isso está fora de hipótese. Continuo a ser benfiquista, mas com o actual treinador é impossível. Não tinha lógica ele dispensar-me depois da época que eu fiz e agora ir falar comigo para voltar. Nem ele faria isso, de certeza.
R - No início da época passada falou-se muito da existência de demasiadas estrelas no balneário do Benfica. Terá isso motivado a revelação das dispensas em cima da hora?
V - Não sei. Aquilo que penso é que as dispensas deviam ter sido anunciadas mais cedo e não no último dia da temporada. Em relação às estrelas, devo dizer que o balneário foi dos melhores que encontrei até hoje. Eu até era uma das pessoas a dizer que muitas estrelas no balneário poderiam causar problemas, mas a verdade é que isso nunca se verificou.
R - Tentou logo encontrar outro clube ou por algum momento equacionou terminar a carreira?
V - Tenho de confessar que passei uma semana complicada, porque dei tudo pelo Benfica. Antes de rumar à Luz, tinha saído de um grande clube, o Sporting, onde era bem tratado. Já tinha dado, inclusivamente, a minha palavra que ficava em Alvalade, mas abandonei para ir para o Benfica. Dei o máximo pelo clube, do qual gosto. Por isso, ser dispensado desta maneira é triste. Mas, apesar de tudo, ainda é cedo para abandonar a carreira, pois tenho alguma coisa para dar ao futsal.
R - A transferência para o Sport Lisboa e Olivais, uma equipa que subiu este ano, é uma mudança radical.
V - É uma grande mudança, mas não se pode beber champanhe todos os dias. Estava habituado a jogar em grandes clubes, mas vou para o Sport Lisboa e Olivais com disposição de ajudar a equipa a fazer um bom campeonato. Conheço todos os jogadores e o treinador. São jovens, com ambição, e, quem sabe, podemos fazer uma gracinha na prova. O objectivo do Benfica é ser campeão, o do Olivais é ganhar todos os jogos.
O segundo jogador mais internacional
Em onze anos dedicados ao futsal, Vitinha é um dos atletas com mais internacionalizações (52), sendo apenas ultrapassado por André Lima, que no Torneio Internacional do Algarve passou a contabilizar 53 jogos pela selecção. Foi com Vitinha como capitão que a equipa das quinas escreveu a mais brilhante marca na história do futsal português: a medalha de bronze no Campeonato do Mundo da Guatemala.
Neste momento, resta apenas a mágoa de sentir que poderá não voltar a sentir o peso da camisola portuguesa: "Penso que a selecção acabou para mim. Estou disponível, mas creio que o seleccionador não deve ter essa opinião."
Reconhecimento internacional
O ano 2000, para além da conquista do terceiro lugar no Mundial da Guatemala, foi também o reconhecimento internacional do valor de Vitinha. O atleta luso garantiu o 31º posto (ao lado de Arnaldo Pereira e Miguel Mota) na votação de melhor jogador do mundo, com uma particularidade muito especial: não recebeu qualquer voto português e todos os pontos foram atribuídos por técnicos estrangeiros.
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