Mourinho diz que fica deprimido só de pensar em períodos sabáticos: «Se pudesse, trabalhava já amanhã»

• Foto: Reuters

"Não sei, não sei mesmo". Foi assim que José Mourinho, o mais recente convidado do podcast 'Five', de Rio Ferdinand, respondeu quando questionado acerca do seu futuro no mundo do futebol. O treinador português, sem clube desde que deixou a Roma em janeiro, falou ainda sobre a ideia de implementar o cartão azul e recordou histórias que viveu com Bobby Robson e Ronaldo Nazário.

O que se segue na carreira?

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"Não sei, não sei mesmo. Fui almoçar com os meus amigos e só lhes dizia 'se puder trabalhar amanhã, trabalho amanhã'. Não gosto de estar dias sem trabalhar. Não compreendo as pessoas que falam em anos sabáticos, a mim só me dão depressão. Claro que eu e o Pep [Guardiola] somos diferentes. Quero trabalhar, mas preciso de ser paciente e de esperar pela oportunidade certa. Tive ofertas, mas não estava interessado".

Cartão azul

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"Acho que há sempre uma necessidade de mudar as coisas. Não sei se mudamos sempre para melhor. Se significar que os jogadores saem por um certo período de tempo mas depois não há uma acumulação e podes jogar o próximo jogo sem qualquer tipo de suspensão, acho que faz sentido. Nunca percebi muito bem o facto de um jogador não poder jogar um encontro depois de ter uma sequência de cartões amarelos. Os clubes pagam aos jogadores para jogarem, os jogadores querem jogar, os adeptos pagam para verem os jogadores. Talvez seja mais justo cometer um erro e pagar por ele no próprio jogo. Talvez faça sentido e dê mais dificuldades às equipas nos jogos".

Premier League e Liga dos Campeões desta temporada: quem vence?

"Premier League? Manchester City ou Liverpool. Acho que não estou a dizer nenhum disparate. Liga dos Campeões? Manchester City ou Real Madrid. Se for outra equipa, considero que seria uma surpresa. Adoraria que o Real Madrid vencesse novamente, pelo clube e pelo Carlo [Ancelotti]. Não vou ficar chateado se for o Manchester City. O Bayern Munique consegue fazê-lo, o PSG também. Olhando para o potencial, City e Liverpool para a Premier League, City e Real Madrid para a Liga dos Campeões".

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Rivalidades entre treinadores no futebol

"Acho que até me esquecia disso. Nunca estive à procura desse tipo de coisas, mas a rivalidade vinha na minha direção. Não há um treinador que diga 'se o vir na rua, atravesso para o outro lado'. Eu e Wenger tivemos os nossos problemas, e uma das coisas que mais gostava era vencer o Arsenal sempre que os enfrentávamos. Não gostava de jogar em Newcastle, nunca ganhava. Acho que só venci lá uma vez... Em 10 jogos, vencia um ou dois. Só sabia que jogar lá era muito difícil. Tenho relações muito boas com muitos treinadores. Guardiola? Jogámos quatro vezes na Liga dos Campeões na mesma época, depois no Real Madrid e no Barcelona... Eu sou boa pessoa, rivalidades não".

Bobby Robson

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"Sempre que penso ou falo nele, e falo muitas vezes nele, sorrio ou vêm-me lágrimas aos olhos. Vivi coisas únicas com ele. Sempre que estávamos a almoçar ou a jantar, ele pagava sempre. Dizia-me sempre 'eu tenho mais dinheiro que tu e menos anos que tu pela frente'. Uma vez perdi um jogo em Barcelona, eu estava muito chateado. Ele só me dizia 'porquê? Pensa na felicidade do balneário adversário'. Eu dizia-lhe 'continua a ser difícil'. E ele 'vai ao pé do balneário e ouve a festa'. Era assim que era".

Ronaldo Nazário

"O Ronaldo chegou no dia antes de uma final da Supertaça entre Barcelona e Atlético Madrid. Durante toda a pré-época, tínhamos um avançado argentino chamado Pizzi, que estava a jogar muito bem, incrível. Jogámos em Barcelona, e o Ronaldo chega antes do PSV. Na altura, a observação era diferente, não tínhamos acesso a tudo o que temos agora. Conhecíamos o Ronaldo, mas Bobby Robson é que o conhecia mesmo. Disse-me 'amanhã a equipa é Figo, Ronaldo e Stoichkov'. Eu disse-lhe 'mister, não podemos jogar com o Ronaldo. É matar o Pizzi...'. 'José, queres ser um homem bom ou queres ganhar a Supertaça?'. O Ronaldo marcou dois golos, salvo erro. Estava sempre a aprender. Era inacreditável. Era um jovem, naquela altura não se lesionava... Aquele ano no Barcelona foi incrível. Pegava na bola no meio-campo, ia para cima das defesas, fintava. Na época a seguir vai para o Inter e começou a ter as lesões. Mas o que vi em Barcelona, sem treino... Era preguiçoso. Um rapaz brasileiro, que vinha da praia, só para jogar futebol. Incrível".

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Por Record
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