Os planos da parceria entre Jorge Mendes e grupo chinês para gerar milhões

• Foto: Gestifute

A agência Reuters apresentou um trabalho de investigação com base em documentos da plataforma Football Leaks que mostra a parceria entre Jorge Mendes e o grupo chinês Fosun para a compra e venda de jogadores, num negócio que rende muitos milhões de euros aos intervenientes.

Por exemplo, em 2015 a Start SGPS, holding de Jorge Mendes detentora da Gestifute, gerou proveitos líquidos de mais de 25 milhões de euros. Nesse mesmo ano, a Fosun comprou 15 por cento da Start SGP por 42 milhões de euros, ficando com o direto de estender a participação até aos 37,5 por cento.

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Alguns dos documentos, datados de 2016, revelam que o objetivo da parecia Mendes-Fosun era criar uma rede de clubes e academias de jogadores na Europa. Na visão do grupo chinês, a transação de jogadores é atualmente a única forma de ganhar dinheiro no futebol.

A ideia de comprar clubes era evitar os constrangimentos da FIFA relativamente à chamada third-party ownership, cuja regulamentação foi criada no sentido de acabar com a partilha dos passes de jogadores. Mendes sempre foi contra esta tomada de posição, argumentando que os clubes ficariam a perder, uma vez que os emblemas mais modestos não conseguiriam assim ter jogadores de qualidade nas suas fileiras.

Ora, tendo um clube próprio, o grupo Fosun poderia comprar jogadores sem infringir as regras e terá sido isso que aconteceu com o Wolverhampton. O emblema inglês foi adquirido em 2016 pelos chineses e desde então contratou vários jogadores ligados ao futebol português, assim como o treinador Nuno Espírito Santo. As transações foram conseguidas com a ajuda de Jorge Mendes, que o clube diz ser um conselheiro, mas com o qual os rivais veem uma ligação desleal.

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Rio Ave esteve na mira

Em 2016, a Fosun pediu à Gestifute um parecer sobre o Rio Ave com vista à compra do clube português. "Portugal é o lugar perfeito para começar com menos regulação, maior viveiro de talento e a tua ajuda", escreveu um analista do grupo chinês num email enviado a Luís Correia, parceiro de Mendes. No entanto, um ano depois a eventual compra dos vila-condenses parecia estar a complicar-se face às limitações impostas pelo governo chinês à compra de empresas estrangeiras.

A Reuters diz ter tentado obter reações de vários intervenientes, desde Jorge Mendes ao grupo Fosun, passando pelo Wolverhampton e Rio Ave, mas nenhuma parte se mostrou disponível para prestar declarações

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Por Luís Miroto Simões
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