Carlo Ancelotti abordou, em entrevista ao 'El Chiringuito', o seu regresso ao Real Madrid e anteviu a final da Liga dos Campeões deste sábado frente ao Dortmund, em Wembley (20 horas).
"Sempre tive uma boa relação com o presidente [Florentino Pérez] e com José Ángel Sánchez [diretor geral executivo do Real Madrid]. Houve um dia que lhe liguei [a Sánchez] por causa do interesse em alguns jogadores do clube [na época era treinador do Everton] e acabámos por falar um pouco. Sabia que o Zidane iria sair e perguntei-lhe se já tinham encontrado sucessor, ao que me respondeu: 'até agora não, estamos de olho em alguns treinadores'. Então disse-lhe: 'tens que assinar com o melhor [treinador] para o Real Madrid'. Ele perguntou-me sobre quem estava a falar e eu só respondi: "já te esqueceste do que se passou em 2014?' (em tom de brincadeira). A partir de aí foi tudo muito rápido."
Nesta segunda etapa em Madrid, Ancelotti já conquistou oito títulos, incluindo uma Liga dos Campeões e dois campeonatos espanhóis. Segundo o técnico italiano, apesar de a equipa ganhar muitas vezes, isso não parece ser suficiente para as pessoas valorizarem o trabalho realizado. "À volta da equipa há sempre um mas: 'ganharam a Liga, mas não estão a jogar bem'. Isso é um disparate, se ganhámos significa que jogámos melhor do que os outros", atirou o experiente treinador de 64 anos.
Sobre a saída de Benzema e a contratação de Joselu, Fran García e Bellingham, Ancelotti refere que esteve tranquilo, apesar dos maus presságios no ínicio da temporada, pois tinha total confiança na qualidade da sua equipa e principalmente do seu ataque, com Vinícius, Rodrygo e Bellingham em destaque.
A novela Mbappé continua a dar que falar, mas o técnico não pensa no assunto, afirmando que está animado e focado apenas no Real Madrid. O avançado francês tem sido apontado ao clube espanhol e pode-se juntar a muitos outros craques, formando uma nova equipa de 'galáticos', onde o ego não será um problema.
"Para mim o ego é um aspeto muito importante neste plantel. Há muito pouco ego e não quer dizer que seja mau, até porque tivemos jogadores que marcaram a diferença e tinham ego. Temos que distinguir ego e personalidade", aponta o italiano dando o exemplo de Cristiano Ronaldo que tinha "muito ego e personalidade".
Este sábado joga-se a final da Liga dos Campeões frente ao Dortmund (20h) e Ancelotti pode distanciar-se ainda mais como o treinador com mais títulos da história da competição. Em poucas palavras, confessou que espera um jogo difícil, como todas as finais, e que vão ter de sofrer até ao fim.
Sabendo do historial de golos tardios do Real Madrid na competição, Ancelotti diz-se tranquilo e acredita que se for preciso pode acontecer novamente. "Estou tranquilo. Já aconteceu muitas vezes e pode acontecer outra vez. Porque não? Aconteceu em Lisboa, contra o [Manchester] City, contra o Bayern..."
Por Record