O relato tocante de Cancelo: «Sempre que vou a Portugal vou ao cemitério para ver a minha mãe»

• Foto: Reuters

João Cancelo não esquece a mãe, Filomena Cancelo, que faleceu num acidente de viação em 2013 em que o jogador do Manchester City também esteve envolvido. O internacional português não esquece o "amor da vida".

"Gostaria muito de poder conversar com a minha mãe porque falta sempre alguma coisa. Mesmo quando alcanço algo importante, há sempre esse sentimento. É como se eu sempre tivesse um vazio no coração porque ela não está fisicamente ali. Em Portugal, vou sempre ao cemitério para a ver. É como uma obrigação que tenho. É onde me sinto bem, ao lado dela. Mesmo que ela não esteja fisicamente lá, eu sinto-me bem. Limpa a minha alma, as minhas más energias e ajuda-me a viver mais feliz", revelou ao magazine da Champions League.

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O defesa do Manchester City, de 27 anos, sente saudades da mãe, falecida quando tinha apenas 18 anos e era jogador do Benfica. A ela, "o amor da vida", agradece-lhe também o percurso no futebol.

"Grande parte do meu amor pelo futebol deve-se à minha mãe. Tive ótimos momentos com ela. Muitas vezes, quando estou no estádio, aqui em Manchester ou mesmo com a Seleção, sinto que ela está a assistir. Eu  olhava sempre para as bancadas antes de um jogo começar, mas agora ela não está lá. Achei que nada superaria o amor que eu tinha pela minha mãe mas nasceu a minha filha, que é um amor inexplicável. É a melhor coisa depois de um dia duro e cansativo de trabalho: chegar em casa e receber um abraço e um beijo da tua filha. Algumas coisas não têm preço. Não importa quanto dinheiro ganhemos e não importa quão boa seja a nossa qualidade de vida, a melhor coisa da vida são os pequenos momentos que os nossos filhos nos trazem", deixou claro o jogador português.

Perdeu o gosto pelo futebol

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João Cancelo revelou sentir-se "no fundo do poço" após a morte da mãe. "Senti-me como um robô que tem de fazer o seu trabalho, depois ir para casa, depois vem outro dia – dia após dia. Quando perdi a minha mãe, não gostava do meu futebol. Estava a jogar porque tinha que jogar. Pensei realmente em desistir porque não fazia mais sentido continuar a jogar futebol. As pessoas do Benfica estavam constantemente a ligar, a pedir-me para voltar porque acreditavam no meu potencial", começou por explicar aquele momento após a morte.

"O meu pai deixou as coisas acalmarem e depois falou comigo. Ele disse que tanto ele como o meu irmão precisavam de mim, precisavam que eu tivesse forças para continuar porque tinha que ficar e não podia voltar para a Suíça. Eu já tinha assinado um contrato profissional com o Benfica e muito do meu dinheiro foi usado para sustentar a minha família. Por isso, decidi voltar a jogar. No começo não foi fácil. Não tinha força, nem vontade, mas aquela conversa com o meu pai e o amor que tenho por esse desporto fez-me superar tudo", recordou Cancelo.

Por Flávio Miguel Silva
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