«Estava na rua coberto de sangue»: ex-Liverpool lembra o dia em que foi esfaqueado por 5 homens

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Andre Wisdom reconhece que se pudesse apagar aquele dia 28 de junho de 2020 da sua vida, a carreira que teve no futebol poderia ter sido diferente. Depois de passar pela academia do Liverpool, fez 22 jogos na equipa principal dos reds, onde alinhou ao lado de nomes como Steven Gerrard e Luis Suárez, e em 2027 rumou ao Derby County, onde foi companheiro de equipa de Wayne Rooney.

Mas naquele dia, horas depois da vitória diante do Reading, por 2-1, no Championship, Wisdom foi a uma festa. "Não devia ter ido. Devia ter ficado em casa, a recuperar do jogo, mas estávamos em confinamento e eu estava ansioso por sair de casa", contou o defesa de 32 anos, que esta época está a jogar no FC United, de Manchester, uma equipa que milita na 7.ª divisão do futebol inglês.

"Quando deixei a festa e dirigia-me para o carro, fui abordado por cinco homens com balaclavas e facas. Disseram 'dá-nos o teu relógio'. Eu disse que não e começou uma luta. Não tive tempo de fugir. Devia ter usado a cabeça, mas o orgulho falou mais alto. Muitas pessoas saíram da festa uns 5 minutos depois da confusão. Os atacantes fugiram e eu estava coberto de sangue, na rua. Tudo aconteceu muito de repente", recordou o jogador.

Wisdom ainda conduziu até casa. "Peguei no carro, estava a uns 15 ou 20 minutos de casa. Acho que foi a adrenalina que me permitiu conduzir, mas quando cheguei percebi que tinha sido esfaqueado múltiplas vezes. Olhei para a minha coxa, o músculo estava quase pendurado, a sair da ferida. Foi aí que chamei uma ambulância", prosseguiu o futebolista, que também foi esfaqueado na cabeça, nas nádegas e no peito.

Foi operado mas o regresso ao futebol não aconteceu da forma que queria. Em 2021 deixou o Derby County e andou a treinar no Portsmouth, no Birmingham e no Sheffield United. Só em setembro de 2023 conseguiu começar a jogar de forma mais regular, num clube amador. 

"Ainda hoje sinto dores no corpo decorrentes do que aconteceu", explicou à BBC o futebolista, que chegou a ser capitão da seleção de sub-21 de Inglaterra. "Não posso dizer que aquela noite arruinou a minha carreira, mas definitivamente mudou-a. Quem sabe o que teria acontecido se não tivesse sido esfaqueado?"

Por Isabel Dantas

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