Samuel Caldeira foi o primeiro arguido, dos cinco que faltam prestar depoimento esta sexta-feira no segundo dia de audiências no julgamento referente ao caso W52-FC Porto, a falar em tribunal e assumiu o uso de substâncias dopantes.
"É tudo verdade", disse, e precisou o motivo. "Foi em finais de 2020 e 2021, para obter melhor condição física. Nos últimos anos já não estava a conseguir alcançar a força que tinha anteriormente, os adversários estavam superiores e recorri a esses métodos. Foi de livre e espontânea vontade, não fui aconselhado por ninguém".
O antigo ciclista revelou que o uso de substâncias dopantes "era uma prática do pelotão", mas recusou-se a apontar casos noutras equipas, quando questionado pelo juiz se conhecia outras equipas e ciclistas que o fizessem: "Não respondo."
Seguem-se os depoimentos de Ricardo Mestre, Ricardo Vilela, Daniel Mestre e Daniel Freitas. O julgamento prossegue durante esta manhã e na parte da tarde.
Existe, ainda assim, expectativa para perceber se Adriano Quintanilha e Nuno Ribeiro, duas das principais figuras da W52-FC Porto, alteram a posição anunciada e falam perante o juíz. Ambos decidiram, numa primeira instância, ficar em silêncio, atitude que mantêm hoje.
As audiências vão prolonagr-se até 5 de julho.
Por Rui Sousa