A participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos do Rio’2016 arranca já esta tarde (manhã no Brasil) com a presença histórica do judo no programa do dia. Miguel Vieira, 20º colocado no ranking mundial em -66 kg (B1), será o responsável deste feito, quando der entrada no Arena Carioca 3 pelas 10 horas locais (14 h de Lisboa), sabendo desde já que uma eventual vitória no primeiro combate o colocará na rota das medalhas. Fazer história sobre história para o judoca natural de Luanda, de 31 anos.
E será precisamente ante um judoca da casa, o brasileiro Halyson Oliveira Boto (B2), 26º da hierarquia, que Miguel Vieira irá ter o seu primeiro grande teste num grande palco internacional, depois de ter estado no Europeu de Odivelas, realizado no ano passado, evento no qual terminou no sétimo posto.
De resto, caso se apure para os ‘quartos’, além de saber que, pelo menos, irá assegurar o acesso às repescagens, o judoca do Clube Judo Total tem já adversário definido: o azeri Bayram Mustafayev, campeão do Mundo em 2014 e o tricampeão europeu, vencedor em 2011, 2013 e 2015 - este último evento foi realizado em Odivelas.
Um sonho realizado
No Rio de Janeiro, Miguel Vieira está acompanhado pelo mestre Jerónimo Ferreira, com quem trabalha desde que se iniciou no judo no nosso país, em 2012. Uma relação de sucesso, que se iniciou devido à cegueira que o afetou aos 20 anos, na altura quando vivia ainda na sua cidade natal, Luanda. Veio para Portugal em busca de tratamento, mas acabou por encontrar um outro tipo de ‘cura’, o judo. Na modalidade ganhou destaque rapidamente e agora, conforme o próprio admitiu recentemente, cumpre um sonho. "É um orgulho, mas uma responsabilidade acrescida e não o escondo."
Telma Monteiro deixou mensagem de boa sorte
Única medalhada portuguesa nos recentes Jogos Olímpicos, a também judoca Telma Monteiro (bronze nos -57 kg), não quis deixar passar o momento para dedicar a Miguel Vieira umas palavras de força. Fê-lo através da RTP1, durante a sua participação no programa ‘Agora nós’, no qual esteve acompanhada pelo antigo atleta paralímpico Carlos Lopes. "Todos nós sabemos o que trabalhas e só o facto de estares aí é já fazer história. É um grande orgulho para a família do judo e também para todos os portugueses. Desejo-te boa sorte e que consigas dar o teu melhor", disse Telma Monteiro, provocando um enorme sorriso no rosto de Miguel Vieira, que acompanhou a emissão desde o Rio de Janeiro.
Nuno Alves e Luís Gonçalves em destaque
Para lá da estreia do judo, o primeiro dia de Portugal nos Jogos Paralímpicos ficará também marcado pela disputa de uma final, envolvendo Nuno Alves nos 5.000 metros T11 (deficiência visual), e a série de eliminatórias e eventual meia-final dos 400 metros T12 (deficiência visual) para Luís Gonçalves. O primeiro começa a competir logo bem cedo, pelas dez horas locais (14h de Lisboa), procurando surpreender e confirmar os créditos que fizeram dele o medalha de bronze dos Campeonatos Europeus de Grosseto (Itália), disputados este ano. Quanto a Luís Gonçalves, poderá entrar em pista por duas ocasiões no dia de hoje: primeiro, perto do meio dia carioca (15h56 de Lisboa), para as eliminatórias, ronda a qual se espera que consiga superar para chegar às meias-finais, que já se desenrolam perto do fecho da jornada – até porque o velocista do Sporting chega ao Rio de Janeiro com o estatuto de campeão mundial em título. A encerrar a jornada da comitiva nacional, nota para a presença de Graça Fernandes no Estádio Engenhão já para lá da meia noite portuguesa (0h12), para a disputa das eliminatórias dos 100 metros T38.
Também Patrícia Sampaio (Gualdim Pais), bronze em Israel, registou uma subida de 4 lugares, sendo agora 15ª a 78 kg e top-10 na qualificação olímpica.
Miguel Vieira, cego total, agradeceu todo o apoio que lhe tem sido dado pelo treinador, Jerónimo Ferreira, e pelo seu companheiro de competição, Nuno Ferreira
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