O triatleta João Pereira tirou uma 'mochila de dez anos' ao ser quinto nos Jogos Olímpicos Rio'2016, assumindo que arriscou tudo por saber que, em caso de um mau resultado, teria sempre o apoio do Benfica.
"Foi uma prova na qual o meu objetivo foi conseguir tirar uma mochila de dez anos de trabalho. Na natação, ao início, tive muito boas sensações, mas quando cruzei a primeira boia, fui muito atacado pelos adversários, sempre com muito contacto. Perdi ali segundos importantes. Tentei fazer o melhor trabalho possível, para entrar forte na bicicleta e consegui. Trabalhei para colar-me no primeiro grupo, depois limitei-me a seguir no segundo e quando cheguei à corrida sabia que era o meu segmento mais forte e onde eu ia arriscar o tudo por tudo", descreveu depois de superar as expectativas na sua estreia em Jogos Olímpicos.
Hoje, João Pereira sentiu que hoje podia arriscar tudo. "Se ficasse fora do top 16 não fazia mal, porque sabia que mesmo perdendo o projeto olímpico tinha o Benfica que me iria continuar a apoiar, porque vou prolongar a minha carreira até 2020, pelo menos. Então procurei atacar para dar tudo por Portugal, dar tudo pelo triatlo e por todos os portugueses", descreveu.
'Escondido' ao longo da época
Quinto a nove segundos da medalha de bronze, conquistada pelo sul-africano Henri Schoeman, terceiro a 42 segundos do vencedor, o australiano Alistair Brownlee, o triatleta luso confessou que se 'escondeu' durante a época para não chegar ao Rio de Janeiro como um dos aspirantes às medalhas.
"Sinceramente, este ano procurei fazer bons resultados para ganhar confiança, mas tentar ser sempre um pouco 'outsider'. Eu sabia que a minha corrida estava mais forte do que demonstrei ao longo do ano, porque eu não queria vir como favorito. Então, quando cheguei aqui hoje, o meu objetivo era deixar tudo nesta estrada", explicou.
Pereira começou a corrida em 17.º, a 01.20 minutos do grupo da frente, depois de ter integrado um grupo pouco cooperativo no setor de ciclismo - "ninguém queria ter o prejuízo do ciclismo, se não iria correr pior" - e optou por seguir com os adversários mais fortes nesse segmento.
"Não trabalhei minimamente, tentei só meter-me atrás e aguentar o ritmo. Felizmente, consegui fazer descolar o [espanhol Mario] Mola, que é um grande corredor. Procurei ir com o [sul-africano Richard] Murray até ao final, mas ele foi mais forte. Continuámos a atacar e na reta da meta eu via o bronze, mas sabia que era difícil", reconheceu, indicando que não sabe se chegaria às medalhas caso a prova tivesse mais um quilómetro, uma vez que já ia no limite.
Mais em 2020
O triatleta das Caldas da Rainha, de 28 anos, acredita que se conseguir aprimorar o segmento de natação, pode aspirar a mais em Tóquio2020.
"Entrei na alta competição com 18 anos, sinto que ainda tenho margem de evolução e que, de ano para ano, estou a evoluir. Daqui a quatro anos quero, pelo menos, igualar este resultado, com bem menos pressão e com bem mais confiança", assumiu.
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