Logística leva Gustavo Lima a sair da aldeia

A decisão foi ponderada e acabou por ser tomada ontem. Gustavo Lima decidiu sair da Aldeia Olímpica, na zona da Barra, para um hotel mais perto da Marina da Glória, para evitar deslocações que se estavam a tornar cansativas. A dupla José Costa/Jorge Lima, da classe 49er, também segue Gustavo, enquanto João Rodrigues e Sara Carmo optaram por continuar na Aldeia.

"A logística é pesada e vamos sair da vila. É uma hora de autocarro de manhã no mínimo e uma hora e meia à tarde para regressar", explica o velejador. "A nossa rotina está muito sensível porque tenho de fazer ativação de manhã, treino de recuperação à tarde e mais fisioterapia... quase não tenho tempo para descansar, é sempre em atividade e num barco como o Laser não convém fazer isso", continua o atleta. A maior parte dos atletas da vela estão hospedados na zona, nomeadamente seleções de peso como o Brasil e os Estados Unidos.

Gustavo Lima revela-nos ainda que o facto de ter nascido no Rio de Janeiro e de ter ao seu lado nesta aventura olímpica o irmão, Jorge Lima, tem suscitado o interesse da imprensa estrangeira. "As pessoas gostam sempre de entender o que é que eu estou a sentir e muitos jornalistas de vários países, Estados Unidos inclusive, ficaram interessados na minha história. Independentemente do resultado, são nuns Jogos que vou recordar com muita intensidade."

Robert Scheidt elogia português

Duas vezes campeão olímpico no Laser e agora de volta à categoria depois de uma passagem pela classe Star, o mítico Robert Scheidt, de 43 anos, deixou elogios a Gustavo Lima, eles que voltam a ser rivais. "O Gustavo é um velejador muito rápido no vento em popa, agressivo e se estiver inspirado, pode causar um grande estrago aqui no Rio", diz o brasileiro sobre um atleta por quem diz sentir "muito respeito e amizade".

Por Lídia Paralta Gomes e António Carlos. Rio de Janeiro. Brasil

Deixe o seu comentário