Sejam felizes!

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A participação de Portugal no Europeu sub-19 em Israel terminou com uma vitória diante da Suiça por 23-2, na disputa pelo 11º lugar. Foi uma campanha memorável e também uma demonstração do crescimento do polo de formação feminino em Portugal. Top!

António Machado, responsável técnico da seleção, falou do feito. "Para além de fazer o balanço da nossa participação no Europeu sub19, proponho-me fazer uma pequeno relato do que foi o dia-a-dia desta participação que vivemos em Israel e o que são ou foram os sentimentos vividos pela nossa representação no Europeu. Portugal partiu no dia 1 para Israel, viagem ainda longa e chegámos já na madrugado do dia 2 ao hotel em Netanya. Sabíamos que iríamos jogar no dia 3 com a Holanda e aproveitámos o dia 2 para fazer 2 treinos no qual podemos fazer, num deles, um jogo de treino contra a seleção da Turquia, sendo que nesse treino, numa 1ª fase superiorizámo-nos à Turquia e numa 2ª fase a seleção turca pareceu ser superior à nossa. Estes momentos são importantes porque a observação em treino é um momento para perceber o valor das equipas", começou por dizer.

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"Como é público, no jogo contra a Holanda, 'escondemos' propositadamente o nosso modelo de jogo defensivo com saídas de contra-ataque, dada a potencial superioridade do adversário e a nossa vontade de não abrir o jogo contra o adversário seguinte, a Ucrânia, um adversário do nosso campeonato. Após o jogo com a Holanda, fizemos treinos bi-diários e de preparação. Há sempre nestes momentos de preparação, alguns factores de incerteza. A Ucrânia treinava connosco, na mesma piscina. Percebia-se algumas dúvidas nas atletas e mesmo em nós próprios da equipa técnica. As quais de certa forma se manifestaram logo no início do jogo. Sofremos 3 golos e parecia que não teríamos qualquer possibilidade de triunfar. Foi neste momento que surgiu o que acredito faz parte deste grupo de trabalho, que é uma invulgar capacidade de superação, de resistir à adversidade, porque o grupo acredita sempre que é possível. E foi assim que fizemos um jogo extraordinário vencendo a equipa que mais queria ganhar o jogo. Aí ganhámos não só desportivamente, mas especialmente em termos anímicos", salientou.

"O dia a seguir ao jogo foi um dia de 'peito feito', com treinos bi-diários, em que se sentia uma confiança e um acreditar das atletas no que tinha sido feito e no que podíamos fazer. Apesar da vitória da Ucrânia frente à Grã-Bretanha, o que podia pronunciar uma vantagem nossa frente à Grâ-Bretanha, a verdade é que no dia do jogo voltaram as dúvidas e incertezas já que o jogo da Grã-Bretanha parecia muito físico, muito exigente. As incertezas só se dissipam com a experiência que se obtém quando se compete ao mais alto nível e foi o que aconteceu. Entrámos com preocupação, 'frio na barriga' e, de novo, a equipa entrou extremamente concentrada, com carácter e facilmente ganhou vantagem sem dar qualquer hipótese, dando a possibilidade de rodar atletas, o que não tinha sido possível até então. Saímos do jogo confiantes e moralizados, a acreditar que podíamos disputar com o Croácia o acesso aos 8 primeiros lugares. Entre os dois jogos, havia um intervalo de 24 horas. Sabíamos que a Croácia era forte, de outro campeonato. Objectivamente, acabámos por fazer 3 parciais ao nível do adversário, equilibrando o jogo, mas no 3º parcial sofremos 3-0, com duas situações de golo iminente (incluindo uma grande penalidade), sendo que numa delas não concretizámos e a Croácia aproveitou e marcou", continuou a análise, com vários elogios.

"No Polo Aquático é mesmo assim, em segundos não se marca um golo e, no contragolpe, sofre-se um golo. Conseguimos reduzir, mas não conseguimos concretizar o sonho que nos tinha levado até ali. Em 12 horas tínhamos que recuperar para tentar vencer a Sérvia. Mudámos ligeiramente a nossa estratégia em termos defensivos. Resultou em pleno no primeiro parcial em que acabámos a vencer por 6-3 contra a Sérvia. Contudo, fez-se sentir o factor de desgaste, já que nesta fase da competição passámos a jogar sem um dia de descanso e esse aspecto fez-se notar. Acabamos por ficar na 11ª posição, com um amargo de boca por a Ucrânia, que derrotámos por 4 golos de vantagem, ficar na 10ª posição. No jogo contra a Suiça demonstrámos categoricamente porque eramos favoritos. Terminámos, na minha opinião, com a melhor classificação de sempre. Eu sei que em 2000 e 2006 alcançámos outra classificação, mas com formatos diferentes. Para mim, repito, é a melhor classificação de sempre. Fomos para este Europeu com o objectivo de ganhar, competir e fazer o melhor. Notou-se no modo como as atletas cantaram o hino nacional, entraram dentro da água, concentradas e com um objectivo colectivo, vencer! As atletas estiveram todas muito bem. Nós temos um leque de atletas que teriam lugar em qualquer uma das seleções que estiveram presentes neste Europeu… A explosão da Madalena Lousa, o trabalho incrível da Alice, reconhecido por quem percebe de polo, a Maria Machado e a Carolina Magano do lado esquerdo, mostraram uma maturidade e experiência acima da média. Depois as mais novas, conseguiram reagir à inexperiência, empenhadas e superaram-se", destacou.

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"Uma confidência. No fim, no último treino, voltámos a treinar contra a Turquia. A evolução da equipa foi impressionante. A equipa turca não teve qualquer chance! O crescimento de Portugal foi por demais visível. Relembro que marcámos 87 golos e sofremos 74, com 50% de vitórias no total de jogos disputados. Termino com uma nota. A última vez que o Presidente da Federação, António Silva, falou de seleções nacionais, foi em 2019 aquando do campeonato do mundo em que Portugal ficou no último lugar. Na altura, houve algum choque com o que foi dito. 'Sem compromisso, não há investimento'. Logo na altura, disse-lhe que concordava com ele. Pensava o mesmo. Hoje, o que digo ao Presidente, apesar de ainda não termos recebido qualquer mensagem do próprio, é que o compromisso está bem presente! Dêem-nos condições para levarmos o mais longe possível o polo aquático nacional. Sr. Presidente é altura de fazer investimento, porque o compromisso é evidente. Eu, como treinador da seleção nacional, não sou remunerado, porque não quero, é uma opção minha e é importante que se saiba. Tenho a profunda convicção de que o Polo Aquático português e o modelo de jogador português é diferente para melhor. Em treino, a tendência é achar que os outros são melhores. Em jogo, não é bem assim. Mais tarde ou mais cedo, nós vamos realizar o nosso sonho. Acredito profundamente nisto. Quero agradecer às minhas jogadoras da seleção nacional que não são só as que estiveram em Israel mas também as que participaram nos trabalhos e estágios da seleção. Quero agradecer todo o empenho! Com trabalho vamos conseguir alcançar os nossos objectivos! Mas é preciso compromisso. As atletas sabem que com compromisso, vamos alcançar os nossos objectivos e seremos felizes!", concluiu.

Guimarães B Bicampeão

O Vitória de Guimarães B foi campeão da 2ª divisão masculinos depois dos jogos relativos à última jornada que foram disputados no fim-de-semana. A equipa conquistou o campeonato invicta, demonstrando uma superioridade inequívoca face aos concorrentes. Em 2º lugar ficou o Paredes B.

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CNAC na 1ª divisão

O CNAC de Coimbra, conquistou o acesso à 1ª divisão depois da renúncia do Cascais. Para os  adeptos do CNAC é a concretização de um desejo já com alguns anos e que foi, de certa forma, adiado durante o período da pandemia COVID.

Por António Gomes
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