A dupla tetracampeã nacional de Voleibol de Praia, João Pedrosa e Hugo Campos, prepara-se para disputar o Campeonato do Mundo FIVB 2025, em Adelaide, Austrália (14 a 23 de novembro), com um novo estatuto. Pela primeira vez, a qualificação foi assegurada diretamente via ranking FIVB, um feito que sublinha a sua “consistência no Circuito Mundial”, como refere Pedrosa.
Este apuramento direto é uma “felicidade tremenda”, nas palavras do selecionador Ricardo Rocha, que destaca a subida do nível de entrada no ranking mundial.
A ambição para Adelaide é alta. Pedrosa afiança que a preparação está a ser “incrível” e que estão a fazer “uma das melhores épocas de sempre, se não a melhor,“ com um nível alto de “consistência ao longo da época”, o que se reflete no melhor ranking de sempre.
Hugo Campos reforça a diferença deste Mundial para a participação de 2023, no México, onde entraram com um Wild Card: “Este ano foi diferente, pois nós começamos já na pré-época a pensar nisso e era este o nosso grande objetivo.”
O sorteio colocou a dupla portuguesa num grupo com a Nova Zelândia (Bradley Fuller/Ben O’Dea), o Benim (Daouda Yacoubou/Mensan Tohouegnon) e os cubanos Noslen Diaz/Jorge Luis Alayo. João Pedrosa considera que, “sendo realista, tivemos alguma sorte no nosso grupo,“ apesar de reconhecer o alto nível da prova, onde “qualquer dupla pode ganhar a qualquer dupla.” A ambição para Adelaide é alta. Pedrosa afiança que a preparação está a ser “incrível” e que estão a fazer “uma das melhores”.
O confronto mais aguardado é o ‘braço-de-ferro’ com a dupla cubana, 9ª classificada nos Jogos Olímpicos de Paris’2024. O historial recente mostra equilíbrio: em março, no BPT Challenge de Yucatán, os portugueses triunfaram por 2-0 nas meias-finais, mas perderam em abril no BPT Elite16 de Saquarema (0-2).
Ricardo Rocha revela que a equipa tem recolhido informação sobre os adversários, “principalmente da Nova Zelândia, que é o nosso primeiro desafio.” As próximas “seis, sete semanas” serão dedicadas a uma “preparação de forma mais séria” para aumentar os índices físicos e técnicos.
O selecionador acredita no crescimento e maturidade de Pedrosa e Campos, que, segundo ele, têm aprendido “até com as derrotas”. O foco agora é nas repetições de treino, o que levou a uma pausa nas competições até ao Mundial. Para Hugo Campos, a “variedade” é a maior arma do jogo da dupla, trabalhando para não ter um “jogo padrão, nomeadamente no side-out e no serviço”.
CALENDÁRIO DA FASE DE GRUPOS DO MUNDIAL
14 novembro (11h00 locais)
Pedrosa/Campos - B. Fuller e B. O’Dea (Nova Zelândia)
16 novembro (14h00 locais)
Pedrosa/Campos - D. Yacoubou e M. Tohouegnon (Benim)
17 novembro (13h00 locais)
Pedrosa/Campos - N.Diaz e J. L. Alayo (Cuba)
Com um objetivo de classificação em mente, a dupla e o selecionador encaram o Mundial com responsabilidade, mas sem pressão excessiva. O objetivo a longo prazo é o ciclo olímpico de Los Angeles’2028, mas em Adelaide, a meta é clara. “Poderemos conseguir fazer uma surpresa”, garante Pedrosa. Hugo Campos reconhece o desafio do fuso horário australiano, mas revela que planeiam viajar mais cedo para se habituarem “ao máximo à diferença horária.”
Pedrosa aproveita para deixar um agradecimento a todos os que apoiam a dupla, mesmo à distância, sublinhando que o carinho e as mensagens “sabem muito bem, e é um conforto diferente.”
Além da dupla de atletas, a arbitragem portuguesa volta a estar em destaque. Rui Carvalho repetirá a presença num Campeonato do Mundo, depois de já ter arbitrado a final masculina de voleibol de praia nos Jogos Olímpicos de Londres’2012, o jogo da medalha de bronze em Tóquio 2020 e a final dos Europeus de 2022.