Opinião
Jaime Antunes

Benfica: Estratégia e liderança precisam-se

Sou o sócio efectivo 19774 e, desde que me fiz sócio do Sport Lisboa e Benfica, tive sempre uma participação activa na vida do Clube.


Fiz parte da Comissão de revisão dos Estatutos, a convite do Presidente Manuel Damásio, juntamente com Bagão Félix e João Loureiro.

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Com a eleição de Vale e Azevedo, fui dos sócios mais destacados na oposição à sua gestão no Clube, altura em que o Sport Lisboa e Benfica esteve verdadeiramente em risco de existência.
Fi-lo, participando em todas as assembleias gerais e aí, no local próprio, sem insultos e respeitando as regras da democracia interna, tomei as posições que entendi melhor defendiam os interesses do nosso Clube. Vi pouca gente nessa altura a dar a cara pelo Benfica.


Em 2003, candidatei-me à presidência do Sport Lisboa e Benfica. Os sócios decidiram de outra forma, decisão que sempre respeitei. Nunca participei em Assembleias Gerais para insultar os órgãos sociais eleitos, independentemente da opinião que tinha sobre cada momento que se viveu no Benfica.


Em outubro de 2020, integrei pela primeira vez a Direcção do Sport Lisboa e Benfica, como vice-presidente suplente, a convite de Luís Filipe Vieira. Essa Direção durou até Julho de 2021.
Passei a integrar a Direcção presidida por Rui Costa, primeiro como interino e depois como presidente eleito, até Janeiro de 2025, altura em que apresentei a demissão de todos os cargos que ocupava no universo Benfica.

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Só me demiti nessa altura por lealdade institucional e por consideração pessoal com Rui Costa e porque entendi terminar o processo de revisão dos estatutos, que liderei em nome da Direção. Temos agora uns estatutos que, não sendo perfeitos, são melhores do que os anteriores.


Quero agradecer publicamente a Luis Filipe Vieira e a Rui Costa a oportunidade que me deram de servir o Benfica na Direção. Foi uma grande honra.


Decidi não participar na campanha que está a terminar para as eleições do próximo sábado. Há seis candidaturas que apresentam muitas opções para os sócios decidirem o que será melhor para o futuro do Sport Lisboa e Benfica.

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O Benfica não está em risco, como no tempo de Vale e Azevedo e os sócios não precisam da minha opinião para decidirem, como sempre fizeram, o que é melhor para o NOSSO Clube.
No entanto, a minha experiência na Direcção, entre 2020 e 2025, e o conhecimento dos lideres dos projectos que se apresentam aos sócios, permite-me explicar quem, na minha opinião, não serve para o Benfica do Futuro.


Primeiro, Rui Costa. Estive da Direcção por ele presidida com empenho, lealdade, profissionalismo e respeito pessoal, que mantenho.  Quando Luís Mendes se demitiu de forma menos correcta fui o único membro da sua equipa e defendê-lo publicamente.


É um homem sério, um benfiquista a sério, transporta a mística do Clube como poucos, um ídolo de milhões de benquistas pela sua carreira como futebolista de eleição.
Contudo, não serve para Presidente da Direcção. Não tem pensamento estratégico, não sabe liderar, não sabe decidir, não sabe em cada momento distinguir o que é melhor para o Benfica, não sabe delegar, e tem muita gente de grande qualidade profissional no Clube para mobilizar.

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A sua liderança é instável e insegura. Quer estar de bem com Deus e com o Diabo.  Os nossos adversários sabem disso e, por isso, dominam as instituições do futebol em Portugal, em prejuízo do Benfica.


Com Rui Costa como Presidente, o Benfica pode investir todos os anos 150 milhões de euros na equipa de futebol, pode mudar de treinador todos os anos, pode contratar Klopp, Guardiola ou qualquer outro que não ganhará, porque o problema é a qualidade da liderança. Sem liderança competente nada funciona numa organização com o o Sport Lisboa e Benfica.
Ser um jogador de futebol, mesmo de eleição, como foi Rui Costa, não qualifica para ser presidente de um Clube Gigante, com cerca de dois mil colaboradores e muitos milhões de sócios e adeptos.


O outro candidato que não serve os interesses do Sport Lisboa e Benfica é Diogo Manteigas.

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Baseou a sua candidatura na criação de um grupo anarquista, através do qual controla as assembleias gerais do Clube com métodos antidemocráticos, vivendo do ruído e do insulto. Não merece ser Presidente com tais métodos. Por exemplo, Impôs nos novos estatutos a realização de uma assembleia geral anual para discutir o futebol profissional, que não serve para nada e só debilita do Benfica.
Quanto aos restantes, não me pronuncio. Os sócios, no quadro do seu habitual bom senso, escolherão qual o líder que melhor servirá o Benfica do Futuro.

Por Jaime Antunes
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