Mais do que um pupilo de Mourinho

Em Portugal não se gosta tanto de Mourinho como ele merece porque se associa verticalidade a arrogância. Curiosamente (ou não), Villas-Boas orientou todo o seu discurso - na conferência de imprensa de apresentação no Dragão - a partir de princípios do mestre: falou de competência, mostrou não ter medos, respondeu, sem meias medidas, aos que questionam o seu valor para aos 32 anos assumir tamanha responsabilidade. E até disse não precisar de muitos reforços. Será só uma questão de reajustes.

A aposta é arriscada. Pinto da Costa terá ponderado tudo: a idade de Villas-Boas, outras escolhas que não correram bem e que também foram surpreendentes... 

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Os resultados não ajudam o jovem treinador porque ainda não teve tempo para isso mas são muitos os que lhe reconhecem liderança e valor (nomeadamente os jogadores com quem trabalhou).

Villas-Boas teve uma boa escola mas também, para seu bem, não deve apenas ser visto como um pupilo de Mourinho. Por alguma razão já começou o seu caminho quando muitos outros teriam preferido o conforto de trabalhar com o melhor treinador do Mundo. Ter sucesso passa muito por arriscar. Villas assumiu esse compromisso: "deixar marca" no Dragão. Pelo menos no discurso já está a ganhar.

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