Opinião
Pedro Lopes Pereira Gestor tecnológico

O futebol na Era Digital

Há poucas coisas na vida tão poderosas e unificadoras como o futebol. Em apenas 90 minutos, um simples jogo consegue fazer com que nós possamos esquecer as dificuldades que enfrentamos tanto na nossa vida pessoal como profissional. Isto é, desde o momento que saímos de casa a caminho do estádio de futebol ou que ligamos a televisão para assistir ao jogo, que começamos a sentir-nos imersos na energia provocada por 22 atletas.

Sofremos, festejamos e por vezes, choramos. E, tudo isto acontece pelo que os jogadores proporcionam dentro de campo. Uma finta mágica, um passe telecomandado ou um golo inesperado...

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Estes são os momentos mágicos que nos fazem lembrar o quanto nós gostamos deste jogo. E, a verdade é que esta magia é criada por humanos. Mesmo num mundo moldado pela transformação digital, é a intuição, a criatividade e as emoções das pessoas (atletas, treinadores, analista e adeptos) que dão alma ao futebol.

Contudo, devemos reconhecer o impacto que a tecnologia está a criar no futebol. A IA generativa e o Machine Learning estão a transformar a forma como os clubes trabalham, como também a experiência do público. Actualmente, a Inteligência Artificial ajuda a identificar talento e perfis específicos através de plataformas de scouting, como também "dá vida" aos milhares de dados recolhidos em tempo real por aparelhos digitais de forma a optimizar o desempenho tanto individual como colectivo dos jogadores. Até a interação com o público também está a começar a introduzir soluções digitais através de aplicações e de realidade virtual ou aumentada capazes de trazer os adeptos cada vez mais próximos da acção desejada.

Ou seja, vivemos na Era do "futebol aumentado" pela tecnologia. E, de facto, os clubes estão a tornar-se cada vez mais ágeis De uma perspectiva de gestão, as tomadas de decisão são mais rápidas e eficientes, os riscos são menores e as oportunidades são maiores. Isto é, a tecnologia está potencia e o humano inspira.

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Por exemplo, nenhum algoritmo pode replicar o sentimento de liderança de um capitão dentro do balneário. Nenhuma máquina pode substituir o instinto de um ponta de lança em querer marcar um golo nos últimos minutos de uma final. Aliás, nenhuma animação digital, por mais sofisticada que seja, pode recrear a felicidade de uma criança, quando a sua equipa marca um golo.

No futebol, tal como nas nossas vidas, devemos combinar o melhor dos dois mundos. Saber usar os dados para melhorar a nossa intuição e utilizar as tecnologias de IA para apoiar (e não substituir) o talento.

Portanto, vamos continuar a construir o futuro do futebol em conjunto com as novas tecnologias. Mas, não nos esqueçamos que os momentos game-changing virão sempre dos jogadores.

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Por Pedro Lopes Pereira
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