Existe aquela máxima de que as crises geram oportunidades e daí novos proveitos mas também se sabe que quando não são aproveitadas o problema só se agravará. Vem isto a propósito do processo que conduziu à contratação de Paulo Sérgio para treinador do Sporting.
Os resultados desportivos do Sporting são para esquecer, as escolhas que Bettencourt fez também. Pedro Barbosa deu lugar a Sá Pinto, Sá Pinto a Costinha. Paulo Bento conduziu a Carvalhal, Carvalhal será substituído por Paulo Sérgio. Houve tempo suficiente para refletir, para traçar caminhos, mas à primeira vista parece que pouco mudou.
É verdade que Jorge Jesus também gerou desconfianças quando foi escolhido para suceder a Quique Flores - o próprio Rui Costa manifestara um ano antes dúvidas, o que levou à contratação do espanhol - mas existem algumas diferenças.
Jesus não foi 2.º ou 3.ª escolha, tinha uma experiência diferente e foi-lhe oferecida uma equipa com muitas potencialidades. Paulo Sérgio chega a Alvalade na sequência de um processo em que outros foram desejados, nomeadamente Villas-Boas, e quanto mais não seja por isso, arranca para uma nova etapa fragilizado. Além disso, a formação do plantel para 2010/2011 terá como entrave as difíceis condições financeiras. E quanto às provas dadas, ainda não existem, apesar do bom trabalho que está a fazer no V. Guimarães.
Oficializada a contratação de Paulo Sérgio, os adeptos devem estar sem hesitações do lado do próximo treinador mas a SAD também está obrigada a dar garantias que tudo será feito para garantir o sucesso do sucessor de Carvalhal.