O título escolhido, intencionalmente, remete-nos para essa obra-prima do cinema britânico que nos envolve pelas estórias, individuais e coletivas, de superação pelo desporto. Memorável também pela banda sonora do compositor grego Vangelis. O filme é, assim, a metáfora escolhida pela minha paixão pelo Vitória e pela emoção perante o percurso desportivo nesta edição da Liga Conferência.
Vale a pena recordar os momentos de glória dos conquistadores na Liga Conferência. Tudo começou com uma deslocação à ilha de Malta, em julho de 2024, para defrontar o Floriana nas pré-eliminatórias. Nesta fase a eliminar, a duas mãos, batemos ainda os suíços do Zurich e o Zrinjski da Bósnia e Herzegovina. Em seis jogos, alcançamos outras tantas vitórias sem conceder qualquer golo e marcando 17.
Na fase de liga sucederam-se mais seis jogos, contra outros tantos adversários. O Vitória superiorizou-se aos eslovenos do Celje, vingando a eliminação precoce na época anterior, aos suecos doDjurgården, ao Mladá Moleslav da República Checa, aos suíços St. Gallen e empatou frente ao Astana e à Fiorentina. Nesta fase, entre as 36 equipas participantes, o Vitória alcançou o segundo lugar, assegurando o apuramento direto para os oitavos-de-final com 14 pontos, logo do gigante Chelsea.
Entre o deve e o haver, a participação do Vitória na Liga Conferência foi um imenso sucesso desportivo projetando o Vitória na Europa do futebol. Em 14 jogos disputados vencemos 10, empatamos 3 e concedemos apenas uma derrota no último jogo, na passada quinta-feira, frente ao Betis. Os golos marcados foram 32 contra apenas 12 sofridos.
O Vitória caiu de pé, provando a sua competência e dignidade desportivas. E bateu o recorde de jogos consecutivos sem perder nas competições europeias por uma equipa portuguesa. Este brilhante percurso afirmou o Vitória e favoreceu, em muito, o ranking português na UEFA com os 20,25 pontos acumulados.
O último momento de glória pertence a todos os vitorianos, conquistadores incansáveis no apoio à equipa em todos os momentos desta jornada de afirmação. Foi deslumbrante a presença dos adeptos, quer nos jogos fora quer em casa. O momento alto foi sem dúvida no último jogo no D. Afonso Henriques frente ao Betis, em que, mesmo na derrota, os vitorianos foram um espetáculo dentro do espetáculo. E com a recuperação posicional na Liga Portugal, até ao quinto lugar, o consequente apuramento para as competições europeias é, cada vez mais, uma certeza.
Por Ricardo Costa