Cronistas
Ricardo Machado Presidente da Federação Portuguesa de Canoagem

Sucesso não vive de milagres

Portugal brilhou no Europeu de Maratonas de Canoagem com 9 medalhas (4 ouro, 4 prata e 1 bronze), ficando em 2.º lugar à frente das potências Espanha, França e Alemanha. Um feito notável com orçamento muito inferior ao desses países. Este sucesso é fruto do trabalho de atletas, clubes, técnicos e autarquias, que resistem com voluntarismo e poucos meios.

Apesar dos resultados, a canoagem, como tantas modalidades, está asfixiada financeiramente. Com cerca de 340 mil euros de financiamento para o alto rendimento (85 dos quais para o enquadramento técnico das seleções), para as várias especialidades que tutela (2 delas olímpicas), gerir uma federação obriga a escolhas dolorosas. É frustrante para todos, mas sobretudo para os atletas. Jovens que trabalham diariamente, muitas vezes sem reconhecimento, apenas pelo orgulho de representar o País. E que, mesmo depois de conquistarem lugares de topo, se veem privados de competir internacionalmente, apenas por falta de orçamento.

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Em Portugal o mérito não é premiado. Basta analisar a evolução dos apoios ao desporto para perceber que a distribuição de verbas pouco ou nada se altera, independentemente dos resultados. O esforço, o trabalho e o sucesso raramente se traduzem em mais investimento.

Acreditamos que o novo Governo, em especial a nova ministra com tutela do desporto e o secretário de Estado do Desporto, um homem competente e conhecedor da realidade desportiva, têm a vontade política de mudar o paradigma. Que o talento, o esforço e os resultados passem a ser valorizados e que o investimento no desporto se aproxime da média europeia.

O desporto português demonstra que merece essa aposta!

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Por Ricardo Machado
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